Volatilidade no curto prazo preocupa Glencore
Na sua segunda divulgação de resultados desde que abriu capital nas bolsas de Londres e Hong Kong, em maio, a gigante suíça das commodities registrou um aumento de 57% no lucro líquido corrigido do primeiro semestre, para US$ 2,45 bilhões, graças ao bom desempenho de suas atividades industriais e de vendas. As vendas aumentaram em 32% ano a ano para US$ 92,12 bilhões, superando as expectativas dos analistas.
"A volatilidade de curto prazo causada pelo renovado pessimismo quanto à dívida soberana nos mercados desenvolvidos é, naturalmente, uma preocupação para nós", disse o diretor-presidente Ivan Glasenberg. Mas ele observou que quanto ao futuro, a empresa continua "otimista em relação às perspectivas econômicas mundiais de longo prazo, e as tendências que sustentam o crescimento dos negócios da Glencore estão firmemente no lugar."
Ele disse ainda que a recente turbulência nos mercados não teve nenhum impacto importante sobre a demanda. Os países asiáticos continuam a crescer, e a acelerada urbanização da China, a maior consumidora mundial de muitos produtos básicos, continua a alimentar robusta demanda por commodities. Mesmo nos Estados Unidos, onde problemas da dívida soberana despertaram preocupações sobre a fragilidade do crescimento econômico, vê-se uma demanda estável, com sinais de melhora começando a surgir, disse Glasenberg.
O diretor-presidente disse que espera poder apresentar bons resultados no segundo semestre e continua otimista quanto ao preço das commodities.
O lucro ajustado antes de juros e impostos na divisão de vendas cresceu 45% ano a ano para US$ 1,25 bilhão no primeiro semestre, devido à maior lucratividade do segmento de energia, em especial no primeiro trimestre. O lucro ajustado das atividades industriais aumentou 54%, para US$ 2,05 bilhões, quando começaram a aparecer os resultados do aumento da produção.
A Glencore informou que suas atividades de exploração e produção de petróleo e seus projetos de desenvolvimento de cobre e cobalto em Mutanda, no Congo, estão adiantados em relação ao cronograma, embora os projetos de expansão em Katanga e Kazzinc, também no país centro-africano, estejam um pouco atrasados.
Glasenberg observou que a atual turbulência do mercado vem criando oportunidades de aquisições para a empresa. "Hoje adotamos a perspectiva de que há oportunidades baratas por aí", disse.
Na quarta-feira, a Glencore apresentou uma oferta pela mineradora de níquel australiana Minara Resources Ltd. de 1,02 bilhões de dólares australianos (US$ 1,07 bilhões). Glasenberg não comentar se a empresa vai procurar aquisições semelhantes no futuro, mas disse que a turbulência do mercado lhe permitiu buscar oportunidades de aquisição de forma mais agressiva.
Glasenberg disse ainda que está consternado porque a ação da empresa não melhorou o desempenho desde a oferta inicial de 19 de maio, mas espera que a ação venha a refletir melhor seu potencial de lucros à medida que a empresa continua a crescer e dar bons resultados.
O conglomerado sediado em Baar, na Suíça, que comercializa commodities e minas e detém participações em empresas de capital aberto como a Xstrata PLC, viu sua ação despencar 25% desde sua oferta inicial, devido a uma série de fatores, incluindo as renovadas preocupações sobre o estado do economia global.
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