Conjuntura global determinará trajetória dos juros, diz Dilma

Publicado em 01/09/2011 14:30
Um dia após o Banco Central cortar inesperadamente em 0,5 ponto percentual a taxa Selic, para 12% ao ano, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira que o futuro dos juros no Brasil dependerá do cenário externo. "Dependendo da conjuntura da economia internacional, nós teremos aumento ou diminuição (da taxa de juros)", disse Dilma em entrevista a rádios de Belo Horizonte (MG). "Não dá para prever isso."

Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu o juro básico, contrariando a expectativa dominante no mercado financeiro de manutenção da taxa em 12,50%. Dilma explicou que cenários diferentes nas economias de Europa e Estados Unidos determinarão as ações do governo brasileiro, mas que "ninguém sabe como se comportará essa crise."

Repetindo discurso recente da equipe econômica do governo, Dilma reafirmou a capacidade brasileira de enfrentar a turbulência global, com reservas internacionais e depósito compulsório (parcela dos recursos dos bancos que fica presa no BC), e disse que o "Brasil não tem porquê sofrer as consequências."

O corte no juro, que interrompeu um ciclo de cinco altas seguidas, ocorreu dois dias após o governo ter elevado em R$ 10 bilhões a meta de superávit primário deste ano. Após a decisão de elevar a economia feita pelo setor público para pagamento de juros, Dilma afirmou que a medida abria no "horizonte" a possibilidade de queda de juros.

O governo estabeleceu uma verdadeira força-tarefa para pavimentar o caminho para que o País possa ter um patamar menor e consistente de juros básicos. A decisão do Copom desta quarta-feira já foi um sinal disso, considerada um "ponto de inflexão". A perspectiva é de que a economia mundial não consiga se recuperar de maneira consistente pelos próximos dois a três anos, abrindo espaço para cortes nos juros.

O corte
O Copom anunciou na noite daa quarta-feira a redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual. A decisão, sem viés, veio após cinco votos a favor da queda e dois votos pela manutenção da taxa. Era praticamente consenso entre os analistas econômicos que o Copom manteria a Selic.

"Reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos", afirmou o Copom em nota distribuída após a reunião.

Nas cinco reuniões que a autoridade monetária já havia feito no ano, o Copom tinha optado por alta nos juros: em janeiro (de 10,75% para 11,25%), em março (para 11,75%), em abril (para 12%), em junho (para 12,25%) e em julho (para 12,5%).

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Fonte:
Reuters

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