Ibovespa abre em queda após dados do mercado de trabalho dos EUA
A folha de pagamentos não agrícola dos Estados Unidos ficou inalterada em agosto, ou seja, a economia do país "falhou" em gerar empregos. Para piorar o quadro, os dados de criação de vagas de julho foram revistos para baixo, de 117 mil para 85 mil.
Relatório do Departamento de Trabalho mostrou que a taxa de desemprego, por sua vez, ficou em linha com o esperado, em 9,1% em agosto, a mesma leitura verificada em julho.
Após a divulgação dos números, o Ibovespa futuro acompanhou a direção de Wall Street e acentuou a queda para mais de 1%. Desta forma, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) iniciou a jornada com forte baixa.
Por volta das 10h10, o Ibovespa cedia 1,50%, para 57.245 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro caía 1,47%, aos 57.835 pontos.
Entre os ativos de maior peso sobre o Ibovespa, Vale PN caía 1,07%, a R$ 40,55; Petrobras PN perdia 1,47%, a R$ 20,73; OGX Petróleo ONcedia 2,50%, a R$ 11,31; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 1,94%, a R$ 30,20; e BM&FBovespa ON se depreciava em 1,38%, a R$ 9,96.
No mercado americano, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 recuavam 1,31% e 1,54%, respectivamente.
Ontem, o Ibovespa cravou a quinta alta seguida, diante da reação do mercado à queda inesperada da taxa Selic de 12,50% para 12,00% ao ano. O índice teve valorização de 2,87%, aos 58.118 pontos, maior patamar desde o dia 1º de agosto (58.535). O giro financeiro atingiu R$ 9,57 bilhões.
No mercado americano, as bolsas tiveram volatilidade, mas não resistiram e interromperam uma sequência de quatro altas consecutivas. O índice Dow Jones caiu 1,03%, enquanto o Nasdaq recuou 1,30% e o S&P 500 perdeu 1,19%.
Embora a reação do mercado aos números americanos do “payroll” seja naturalmente negativa, os dados só devem impulsionar as expectativas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) adote novas medidas de estímulo econômico em seu próximo encontro, nos dias 20 e 21 de setembro.
No Brasil, o mercado ainda analisa hoje o Produto Interno Bruto (PIB), que mostrou um desempenho em linha com as expectativas ao avançar 0,8% entre abril e junho no comparativo com o primeiro trimestre deste ano. A economia doméstica ainda apresentou expansão de 3,1% na comparação anual.
Os números divulgados reforçam as dúvidas sobre a decisão surpreendente do Comitê de Política Monetária (Copom), na última quarta-feira, quando cortou a Selic em 0,50 ponto percentual.