Ibovespa reduz perdas, mas ainda recua mais de 2%; Europa e EUA pesam
No front europeu, o processo enfrentado por relevantes instituições financeiras acusadas de falsificarem a qualidade dos títulos hipotecários vendidos no auge da bolha imobiliária americana repercute com maior intensidade neste pregão.
Além disso, aumentou o risco de a liberação de um segundo programa de socorro financeiro à Grécia não se materializar, em função da derrota política sofrida pelo partido da chanceler alemã Angela Merkel na eleição de Mecklenburg-Pomerânia Ocidental.
Para completar, as tensões de um rebaixamento da nota da Itália por agências de classificação de risco permeiam os negócios, ainda que a Moody's tenha afirmado que ele permanece sob revisão.
No Brasil, o Ibovespa recua pelo segundo dia, na cola das bolsas europeias, em uma jornada sem operações em Wall Stret devido ao feriado do Dia do Trabalho.
Por volta das 13h, o Ibovespa recuava 2,33%, aos 55.215 pontos, com giro financeiro de apenas R$ 1,6 bilhão. Na mínima do dia, o índice marcou 54.817 pontos.
No mercado europeu, em Londres, o FTSE 100 cedia 3,58%; em Paris, o CAC 40 recuava 4,73%; e, em Frankfurt, o DAX declinava 5,28%.
O diretor da Corretora Futura, André Ferreira, avalia que a demora das autoridades europeias para tomar uma ação coordenada para combater a crise da dívida volta a desanimar os agentes.
“O mercado não está confiante. E, nos Estados Unidos, mesmo que um novo ‘quantitative easing’ seja adotado, a medida será mais voltada a evitar umm recessão que à retomada da economia do país”, observa.
Empresas
Na cena corporativa, a maior parte das ações do Ibovespa operava no “vermelho”, o que inclui papéis ligados a commodities e a bancos.
Minutos atrás, Petrobras PN cedia 1,66%, a R$ 20,03, Vale PNA recuava 2,13%, a R$ 39,49, e OGX Petróleo ON perdia 0,34%, a R$ 11,45.
Os destaques de baixa do índice partiam das ações Embraer ON (-5,06%, a R$ 9,38), TIM Participações ON (-5,29%, a R$ 8,95) e B2W ON (-5,48%, a R$ 15,17).
Matéria do Valor mostrou hoje que a Telecom Italia prepara uma oferta subsequente de ações da TIM Participações, com potencial para movimentar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. O objetivo é que a controladora venda parte das ações que ainda lhe permita manter o controle, já que sua participação na empresa é de 67%.
Segundo o jornal, a decisão não está completamente fechada, mas já existem bancos contratados para a possível transação.
Procurada pelo Valor, a Telecom Italia negou que esteja preparando essa operação. Por meio de um comunicado, a companhia informou que "não planeja vender qualquer parcela de sua participação acionária na TIM Brasil". A empresa italiana também afirmou que "nem mesmo trabalha com alguma hipótese do gênero".
Entre as poucas altas do Ibovespa, Marfrig ON subia 1,20%, a R$ 8,43, Eletrobras PNB ganhava 0,77%, a R$ 20,77, e Natura ON avançava 0,64%, a R$ 37,44.