Alimentos puxam inflação oficial em agosto
Segundo a coordenadora de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes, pesaram mais no bolso do consumidor produtos importantes na mesa dos brasileiros, como arroz (1,82%), feijão-carioca (0,58%) e carnes (1,84%), que exerceram o principal impacto individual no mês.
“Houve alta no arroz, no feijão, na carne, no pescado. A refeição típica do brasileiro”, disse. "As carnes, no segundo semestre, entram na entressafra, por causa do período de confinamento. E os produtores também têm reclamado que a ração está mais cara em função do milho e da soja”, acrescentou a coordenadora do IBGE.
Ela ressaltou ainda que os açúcares também tiveram alta expressiva, em função de problemas climáticos que prejudicaram a safra e reduziram a qualidade do produto. O açúcar cristal teve elevação de 3,90%, e o açúcar refinado, de 3,22%.
Por outro lado, os transportes, que registraram queda de 0,46% para -0,11%, ajudaram a conter a inflação. Além disso, a redução de 0,15% para -0,14% nos preços da gasolina, além das tarifas aéreas (de 3,20% para -5,95%), automóvel novo (de -0,05% para -0,37%) e usado (de -0,47% para -0,61%) influenciaram o movimento.
No ano, o maior impacto na formação do IPCA partiu das mensalidades escolares, que acumulam alta de 8,09%.
Eulina destacou que para o mês de setembro estão previstos reajustes da taxa de água e esgoto em São Paulo e no Rio de janeiro e de energia elétrica no Distrito Federal.
Regionalmente, o IPCA mais elevado foi observado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,47%) e o mais baixo, em Porto Alegre (0,14%).