Inflação na China e IGP-M fecham a semana

Publicado em 09/09/2011 08:09
O dia começa com a reação dos agentes aos indicadores da economia chinesa. A inflação ao consumidor ficou em 6,2% em agosto, no comparativo anual, recuando do 6,5% de julho, que foi a maior leitura em três anos. No comparativo mensal, o avanço foi de 0,3%. Os preços no atacado também recuaram. O índice de preços ao produtor saiu de uma alta de 7,5%  em julho para 7,3% no mês passado.

 

Na agenda local, atenção voltada à primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de setembro, que deve mostrar inflação ao redor de 0,4%, acelerando de 0,22%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz o levantamento da produção agrícola e a pesquisa industrial de emprego e salário.
No campo externo, sai a inflação ao consumidor da Alemanha em agosto e a variação dos estoques as empresas americanas em julho.

Na próxima semana, o destaque na agenda local fica por conta das vendas no varejo. Nos EUA foco nos números de inflação, produção industrial e comércio.

Mercados ontem

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou do feriado e teve um pregão de ajuste de alta, se descolando da instabilidade externa. O dólar tomou força no fim do dia e garantiu o sexto dia de valorização. Os contratos de juros futuros tiveram firme movimento de aumento.

Em Wall Street, o pregão foi instável e as vendas se firmaram depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), banco central americano, Ben Bernanke, não acenou com novas medidas de estímulo à economia. O índice Dow Jones caiu 1,04%, enquanto o Nasdaq recuou 0,78% e o S&P 500 perdeu 1,06%.

Os investidores também operaram no aguardo do plano de estímulo ao emprego que o presidente americano Barack Obama anunciou à noite. O projeto prevê a redução de impostos incidentes sobre a folha de pagamentos. Tal plano tem valor estimado de mais de US$ 400 bilhões. Agora, Obama precisa convencer o Congresso a aprovar as medidas.
 
Na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de juro estável em 1,5%, mas revisou para baixo as perspectivas de crescimento para a região.

* Bovespa
Após marcar máxima de 58.241 pontos, o Ibovespa encerrou com valorização de 1,80%, aos 57.623 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 6,335 bilhões. Desta forma, o índice já acumula ganho semanal de 1,9%.

O mercado apenas mostrou uma correção, já que os eventos mais importantes não tiveram novidades relevantes. Segundo o diretor da Ativa Corretora, Álvaro Bandeira, a ata divulgada pelo Banco Central (BC) referente à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não trouxe justificativas convincentes para explicar a inesperada queda da taxa Selic.

“Os mercados devem continuar com forte volatilidade, realizando lucros de curto prazo, mas com viés positivo até o fim do ano, baseado na melhora dos indicadores econômicos”, avalia o diretor da Ativa.

* Câmbio
Depois de operar descolado do câmbio externo durante quase todo o pregão, compras no fim do dia alinharam o preço do dólar no mercado local com o de outras praças. Com isso, o real completou o sexto dia de queda.

Depois de cair a R$ 1,652 e passar boa parte do dia rondando a estabilidade, o dólar comercial fechou a jornada com apreciação de 0,18%, a R$ 1,661. A esse preço, a moeda reduz as perdas acumuladas no ano para apenas 0,30%.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto caiu 0,25%, para R$ 1,6568. O volume negociado no dia somou US$ 217 milhões, contra US$ 219,25 milhões no pregão anterior.

Também na BM&F, o dólar para outubro operava com elevação de 0,27%, a R$ 1,6705 antes do ajuste final.

No câmbio externo o dólar ganhou de todos seus principais rivais. O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subiu cerca de 1% para 76,25 pontos, maior leitura desde março.

Essa demanda por dólar teve relação direta com a venda de euros. A moeda comum caiu 1,5%, para a linha de US$ 1,388. As indicações de menor crescimento econômico levaram os investidores a trabalhar com estabilidade da taxa básica na zona do euro  e até mesmo queda dos juros nos próximos meses. Vale lembrar que o BCE subiu a taxa básica na primeira metade do ano de olho no aumento da inflação, movimento que deu atratividade ao euro.

Ainda no câmbio externo, o dólar australiano, o dólar canadense, o rand sul-africano e o peso mexicano perderam para a moeda americana.

* Juros futuros
O mercado de juros teve um pregão bastante instável na quinta-feira, mas no fim do dia o viés de alta prevaleceu. Em pauta, a ata do Copom que mostrou o que o colegiado estava enxergando quando optou pela redução de 0,50 ponto percentual da Selic, para 12% ao ano.

Segundo um estrategista, as explicações dadas não convencem que o momento foi o correto para promover uma guinada na política monetária. “A ata não afastou a percepção de interferência política e certo abandono do regime de metas de inflação”, disse esse especialista.

O documento mostra melhora nas projeções de inflação do BC, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) rondando o centro da meta de 4,5% em 2012. No entanto, diz o estrategista, o que se vê no Focus e nos comentários de agentes de mercado é uma inflação mais para 5,5% do que para 4,5%.

A ata também fala em “ajustes moderados” na Selic (parágrafo 31), o que deixou em aberto a possibilidade de novos cortes. Faltou subsídios para que analistas projetassem quantos cortes mais devem ocorrer e por quanto tempo se estenderá o ajuste de baixa.

Por ora, o consenso que se forma é de mais dois cortes de 0,50 ponto percentual, com Selic encerrando o ano em 11%. Claro que a resposta do BC vai variar conforme o desenvolvimento do cenário externo.

Segundo o estrategista, essa falta de previsibilidade deve resultar em aumento nos prêmios de risco no mercado de juros. Sabe-se que a taxa vai para baixo, mas não está claro o tamanho desse ajuste. “Quando há incerteza, o mercado tende a incorporar mais prêmio na curva de juros”, disse.

Além das questões fundamentais, o estrategista encontra fatores técnicos que limitam uma nova rodada de queda nas taxas futuras. Por ora, não seria interessante apostar em um ciclo de corte maior do que os cerca de 2 pontos percentuais já embutidos no mercado futuro até 2013.

Ainda assim, o momento não está propício à montagem de grandes posições compradas. Os agentes estão receosos, pois em outros momentos no qual a compra pareceu uma boa coisa, o mercado tomou rumo diverso.

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Fonte:
Valor Econômico

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