Indicadores mostram moderação da atividade e da inflação na China

Publicado em 09/09/2011 08:56
Departamento Nacional de Estatísticas da China anunciou nesta sexta-feira dados de atividade e preços que apontam para uma moderação tanto do crescimento quanto da inflação, o que pode contribuir para aumentar a confiança de alguns analistas na capacidade do governo de guiar a segunda maior economia do mundo para um pouso suave.

A produção industrial chinesa expandiu-se 13,5% em agosto ante igual mês do ano passado, um pouco menos do que a alta de 14% registrada em julho nessa base de comparação e em linha com as expectativas de economistas.

“Estamos vendo a produção industrial arrefecer, mas não tão fortemente”, disse o economista Tim Condon, do ING, acrescentando que há poucos sinais de pouso forçado na China, ao contrário da freada significativa que se vê na Europa e nos EUA.

O índice de Preços ao Consumidor (IPC) do país subiu 6,2% no ano em agosto, desacelerando-se ante a alta de 6,5% registrada em julho, que havia sido a mais forte em mais de três anos.

A economia chinesa, no entanto, ainda enfrenta desafios significativos. A inflação continua bem acima da zona de conforto do governo, limitando sua capacidade de ampliar o crédito por meio do corte das taxas de juros ou de implementar outras medidas caso o crescimento comece a enfraquecer-se mais acentuadamente.

Esse risco é real, tendo em vista a economia mundial em dificuldade e a forte dependência chinesa das exportações. Autoridades do país, incluindo o primeiro-ministro, Wen Jiabao, voltaram a enfatizar nas últimas semanas a importância de manter a inflação sob controle.

Mas o IPC mais fraco reforçou a sensação entre muitos economistas de que Pequim pode pelo menos evitar ter de apertar mais sua política monetária. “Não haverá nenhuma grande mudança na política monetária no futuro próximo, a menos que os problemas econômicos nos EUA e na Europa se aprofundem e prejudiquem a economia chinesa significativamente”, disse o economista do Standard Chartered Li Wei.

O Índice de Preços ao Produtor, por sua vez, também sinalizou um arrefecimento da inflação, ao subir 7,3% em agosto ante igual mês do ano passado, depois de ter avançado 7,5% em julho. O indicado, no entanto, veio acima da alta de 7,1% esperada por economistas.

Já o investimento em ativos fixos, um indicador que aponta para a atividade no setor de construção, cresceu 25% no período de janeiro a agosto ante igual intervalo de 2010, menos do que a alta de 25,4% registrada de janeiro a julho nessa base de comparação.

Outro dado de atividade que também veio com leve desaceleração foram as vendas no varejo; depois de terem crescido 17,2% em julho ante igual mês do ano passado, elas aumentaram 17% em agosto nessa base de comparação anual.

Por fim, do mercado imobiliário, os sinais que vieram hoje também apontam para um certa deterioração do apetite do investidor, resultado de medidas de aperto colocadas em prática pelo governo do país. O investimento no desenvolvimento imobiliário cresceu 33,2%, para 3,78 trilhões de yuan (US$ 591 bilhões) nos primeiros oito meses de 2011, um pouco menos que a alta de 33,6% registrada no perídoo de janeiro a julho.

Já as vendas de imóveis residenciais e comerciais somaram 3,33 trilhões de yuan nos oito primeiro meses deste ano, uma alta de 25,9% ante igual intervalo do ano passado; nos primeiros sete meses do ano, o aumento havia sido de 26,1%. “O investimento e a construção de moradias definitivamente foram atingidos pela diminuição da liquidez, embora esse quadro seja em parte compensado pelo investimento em construções públicas”, disse o analista Johnson Hu, da CIMB-GK Securities.

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Fonte:
Valor Online

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