Economia desacelera, mas não há recessão, dizem BCs
Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE), relatou o encontro aos jornalistas e disse que os BCs não enxergam recessão, mas que todos veem clara desaceleração econômica em relação ao que tem sido observado até então.
O Valor publicou na edição de hoje a avaliação de bancos dos emergentes de que o mundo está entrando num período prolongado de crescimento econômico medíocre, mas também evitando usar o termo "recessão", que é visto com certa ironia por analistas nos mercados.
Trichet não quis comentar sobre a decisão do BC brasileiro de cortar os juros, antecipando-se a outros emergentes. Frisou apenas que estava seguro de que Alexandre Tombini, presidente da autoridade monetária do Brasil, adotou o que era apropriado em suas circunstâncias.
Os principais bancos centrais do mundo prometeram, como sempre, fornecer liquidez em bases ilimitadas para seus bancos. O compromisso voltou a ser feito em meio a suspeitas sobre a saúde do setor bancário na Europa, agora atingido por rumores de possível degradação da nota de crédito de três grandes bancos franceses.
O titulo do Société Générale, que já tinha caído mais de 10% na semana passada, começou o dia hoje com queda dessa ordem enquanto a bolsa de Paris declinava 4%. Este ano, os bancos na Europa perderam cerca de 50% de valor, em meio a inquietação de investidores com o volume de exposição dos bancos em países da periferia europeia altamente endividados.
Segundo Jean-Claude Trichet, outra mensagem clara dos BCs foi a conclamação para todos as autoridades implementarem completamente e rapidamente as decisões já tomadas, "como é exigido pela situação".
"Isso se aplica para todos os tomadores de decisões e instituições", afirmou Trichet. Na Europa, por exemplo, o BCs esperam que os governos realmente coloquem em vigor os planos de austeridade prometidos.
Os BCs também não discutiram sobre eventual default da Grécia, segundo Trichet.