China sinaliza condições para socorrer os europeus

Publicado em 14/09/2011 08:16
O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, declarou hoje que Pequim vai fazer o que pode para a estabilização e recuperação da economia global, mas sinalizou que espera uma contrapartida.

Falando no Fórum Mundial de Economia, em Dalian, a duas horas de Pequim, o primeiro-ministro indicou que a China quer ampliar investimentos na Europa, mas, preferencialmente, em empresas do que nos títulos de dívida pública.

Para socorrer os europeus endividados, Pequim  quer que a União Europeia (UE) conceda rapidamente o status de economia de mercado ao país. Isso dificultaria a aplicação de medidas de defesa comercial, como sobretaxas antidumping, que tem se multiplicado contra produtos chineses baratos.

Para Jiabao, a UE deveria acelerar a concessão desse status para a China porque "é assim que a gente se comporta entre amigos".

O líder chinês disse que a China pode "dar uma mão" para ajudar os europeus, mas conclamou os países da zona euro a resolver seus problemas de dívida com "políticas fiscal e monetária responsáveis".

Em relação aos Estados Unidos, ele pediu para que os americanos abram mais seu mercado para investimentos de companhias chinesas, de forma que a China possa diversificar seus instrumentos nos títulos do Tesouro americano. Algumas tentativas chinesas de adquirir companhias nos EUA foram bloqueadas.

Jiabao disse que os americanos precisam também suspender as restrições a exportações chinesas, para reforçar as vendas de seus produtos no estrangeiro e criar empregos na China.

Como o Valor revelou, os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – vão decidir como ajudar a combalida zona do euro. Uma ideia é comprar títulos de dívida de países europeus. A decisão será tomada no dia 22 em reunião de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais em Washington.

Para o Royal Bank of Canadá (RBC), não está claro se os Brics vão comprar diretamente títulos denominados em euro, mas certo mesmo é que esses países estão entre os poucos com "músculos financeiros" para fazer isso, especialmente a China.

Os analistas não tem dúvidas de que a decisão final no grupo caberá à China, com seus US$ 3,2 trilhões de reservas.

Fonte: Valor Econômico

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