Bolsas da Ásia terminam com ganhos; apoio à Grécia anima investidores

Publicado em 15/09/2011 08:32 e atualizado em 15/09/2011 09:51
Os investidores na Ásia receberam bem as palavras dos líderes da França e da Alemanha de apoio à Grécia e as bolsas de valores da região fecharam esta jornada com valorização.

O presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel concordaram ontem que o futuro da Grécia está a zona do euro depois de conversarem com o premiê grego George Papandreou por telefone. Ao mesmo tempo, eles pressionaram para que a Grécia cumpra com seus compromissos de ajuste fiscal e reformas.

Em Tóquio, o Nikkei 225 aumentou 1,76%, para 8.668,86 pontos. O Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,71%, somando 19.181,50 pontos. Em Sydney, o S&P/ASX 200 teve elevação de 1,65%, ficando em 4.071,70 pontos. O Kospi, da praça de Seul, marcou 1.774,08 pontos, com incremento de 1,42%.

Na contramão, em Xangai, o Shanghai Composite caiu 0,23%, se situando em 2.479,05 pontos, em meio às persistentes preocupações com o quadro econômico internacional.


Na Folha: 
Bancos mudam de lado no câmbio, e dólar bate recorde

Valor da moeda norte-americana supera R$ 1,72; pela primeira vez desde o fim de dezembro, BC não faz leilão

Instituições financeiras antes ganhavam com a valorização do real; divisa dos EUA acumula alta de 3,5% no ano


A corrida dos bancos brasileiros para liquidar suas apostas na queda do dólar, segundo analistas, explica por que a moeda subiu em um período em que houve forte entrada de recursos estrangeiros no país.
Ontem o dólar ficou mais caro pelo décimo dia consecutivo e retomou um nível de preços não visto desde novembro de 2010, ao fechar em R$ 1,724 (alta de 0,58%).
Desde 30 de agosto, última data em que a taxa cambial se desvalorizou, a cotação da moeda americana já ficou 8,5% mais cara e neste ano acumula um avanço de 3,5%.
Devido à instabilidade nesse mercado, pela primeira vez desde o dia 22 de dezembro do ano passado, o Banco Central não fez leilão de compra de dólares.
Segundo cálculos do mercado financeiro com base em dados do BC, os bancos usaram o dinheiro que entrou no país, mais de US$ 8 bilhões, para cobrir suas dívidas e estão agora com moeda estrangeira em caixa.
No jargão do mercado, as instituições estão "compradas" em dólar, em volume maior que US$ 1 bilhão.
Entre abril de 2010 e agosto deste ano, elas estiveram sempre "vendidas" -como se vendessem o dinheiro hoje, a uma taxa mais alta, para entregar no futuro, adquirindo a moeda no mercado por um custo menor. Ou seja, ganhavam com a queda nas cotações.
Essas apostas chegaram a quase US$ 17 bilhões no final do ano passado.

RECUO
Desde então, o BC impôs limites a esses negócios, que havia caído para US$ 6 bilhões no fim de agosto.
Para Sidnei Nehme, da corretora NGO, a mudança nas posições no mercado de contratos futuros contribui para puxar o dólar para cima.
Fundos estrangeiros, por exemplo, precisam reduzir suas apostas nas quais ganhavam com a combinação da queda do dólar e dos altos juros pagos no país.
Há US$ 14 bilhões em contratos que podem ser liquidados, movimento que pode "contagiar" o câmbio no mercado à vista.
Dados do Banco Central até a sexta-feira passada, dia 9, mostram uma entrada de US$ 8,1 bilhões no país. Nesse período, o BC retirou do mercado somente US$ 214 milhões. Mesmo assim, o que se verificou foi uma demanda superior à oferta de divisas.
"O BC não comprou dólares porque o dinheiro entrou e ficou nos bancos", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
"Vamos ver o dólar voltando para R$ 1,65 ou R$ 1,60, mas não vai ser tão rápido assim. Em setembro e outubro ainda haverá um pouco dessa pressão", afirma.

Fonte: Valor Econômico/Folha

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