Bovespa e Wall Street operam voláteis; mercado opera de olho no G-20
E, apesar da queda do dólar, os preços das commodities voltam a perder força.
No Brasil, por volta das 11h40, o Ibovespa avançava apenas 0,02%, aos 53.290 pontos, enquanto a bolsa girava R$ 1,7 bilhão. Na BM&F, o índice futuro com vencimento em outubro operava estável, com o registro de 53.475 pontos.
O índice recuou nos últimos quatro dias e, até ontem, acumulava perda semanal de 6,9%.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones cedia 0,20%, o S&P 500 subia 0,02% e o Nasdaq registrava alta de 0,37%.
Os agentes mostraram um nervosismo mais acentuado na abertura das operações europeias, diante de reportagem do jornal grego Ta Nea de que o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, desenhou três cenários para o país durante encontro ontem com integrantes do Partido Socialista.
Sem citar fontes, o jornal reportou que o ministro sugeriu a opção de que a Grécia poderia incluir uma reestruturação organizada da dívida da Grécia, mas com os credores enfrentando uma perda de 50% em seus ativos.
Venizelos, contudo, classificou como contraproducente a reportagem. Embora não tenha negado as notícias diretamente, o ministro reforçou o compromisso da Grécia em alcançar suas metas de déficit e levar adiante a ambiciosa agenda de reformas como prometido para seus parceiros europeus.
Para agravar o quadro, o rebaixamento da nota de depósitos de longo prazo e dívida sênior de oito bancos gregos acentuou as preocupações com um calote do país.
Nos Estados Unidos, a reunião do G-20 concentra as atenções. Ontem, após jantar, os ministros das Finanças e os presidentes dos Bancos Centrais dos países que integram o bloco já deixaram claro que trabalharão de forma coordenada para estimular a recuperação econômica e do sistema financeiro global.
Uma coletiva de imprensa deve ser realizada nesta noite. O Valor, entretanto, antecipou o projeto do G-20. Pelo esboço do documento ao qual o jornal teve acesso, os países do G-20 discutiam "ações coletivas" para o curto e médio prazo, considerando que a economia mundial está entrando numa "fase nova e arriscada" e que os desafios são "muito maiores" do que esperados.
Duas opções estão em negociação para reforçar a confiança na economia mundial por meio de compromissos concretos. Uma delas é que os países do grupo façam progressos em direção a uma taxa de câmbio mais determinada pelo mercado. A segunda via seria os países se comprometerem com a redução das reservas internacionais que já excedam níveis considerados prudentes.
O analista da Socopa Corretora Osmar Camilo mostra-se cético em relação a novas resoluções que poderão ser adotadas ao fim do encontro. Ele relembra que, quando o G-20 decidiu agir para combater a crise de 2008, a urgência por ações era maior.
“Os países continuam procurando ganhar tempo atualmente”, avalia.
Ele assinala que as tensões do mercado apenas alternam de peso diariamente desde o rebaixamento da nota dos Estados Unidos pela Standard & Poor’s, no início de agosto, mas seguem concentradas no país, na crise da dívida grega e no setor financeiro europeu.
Empresas
Dentro do Ibovespa, as ações operam divididas. Minutos atrás, as maiores altas partiam de papéis de consumo, como Lojas Renner ON (3,60%, a R$ 49,68), Lojas Americanas PN (3,19%, a R$ 13,89) e Hering ON (3,14%, a R$ 29,84).
Na direção oposta, ações mais defensivas, como Telemar PN (-1,53%, a R$ 18,63), Sabesp ON (-1,75%, a R$ 44,31) e Cielo ON (-2,17%, a R$ 42,36) lideravam as perdas.
Dentre as chamadas “blue chips”, Petrobras PN cedia 0,20%, a R$ 19,46, e Vale PNA recuava 0,76%, a R$ 41,26,