Agricultores expulsos pela Funai da Suiá-Missu poderão receber ajuda humanitária
A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso da Câmara Legislativo de Mato Grosso deverá intermediar junto ao Governo Federal apoio para os ex-moradores da Gleba Suiá-Missú. A iniciativa foi destacada pela ação mal coordenada que expulsou milhares de famílias da gleba, na Região Noroeste de Mato Grosso, e não deu nenhuma condição para que recomeçassem. O processo de desocupação foi determinado pelo Ministério da Justiça e completará um ano no próximo mês.
O deputado Ezequiel Fonseca (PP) disse que é preciso acompanhar de perto a situação dessas famílias que sofrem as consequências causadas pela desocupação do local, demarcado pela Funai como Terra Indígena Xavante.
De acordo com o deputado Sebastião Rezende (PR), que esteve no local recentemente, o problema é grave, pois muitos trabalhadores rurais com idade avançada, tiveram que recomeçar a vida do zero, uma vez que foram expulsos com uma mão na frente e um dedo atrás. "Retiraram trabalhadores que vivam ali há 20 ou 30 anos. Agora, a mesma justiça deve cobrar do Incra soluções para essas famílias. Foram registrados casos de pessoas que se endividaram, alguns cometeram suicídio. É lamentável, a situação é totalmente desumana, afirmou Rezende.
Deputado Zeca Viana (PDT) disse que o Governo Federal está sendo omisso. E citou que as famílias que viviam da agricultura familiar na Suiá-Missú, agora vivem da doação de alimentos e de bolsa família.
O Governo Federal, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, reconhece houve violações de direitos durante a operação de Expulsão dos produtores rurais da Suiá-Missu. A operação foi coordenada por Paulo Maldos, assessor de Gilberto Carvalho na Secretaria Geral da Presidência da República.
Apesar de reconhecer que houve abusos na operação de desintrusão na Suiá-Missu, o Governo iniciou na semana outra operação de desintrução no Maranhão. A operação obedece os mesmos moldes da anterior e também é coordenada por Paulo Maldos e Gilberto Carvalho.
Mortes
Os vereadores Nivaldo Levino (PP) e Jailton (PROS), do município de Alto Boa Vista, apresentaram ao deputado Ezequiel Fonseca (PP), cópia de 25 certidões de óbitos de pais de família que morreram de depressão, alcoolismo e assassinatos após as famílias serem expulsas da gleba Suiá-Missú.
Nivaldo Levino contou ao deputado que após a desocupação da área, ouve um descaso por parte do poder público que se estende até os dias de hoje. Segundo ele, muitas famílias estão passando sérias necessidades, em estado de miséria, principalmente as que estão instaladas no projeto Casulo do Governo Federal. O local é formado por brejo e as famílias vivem em barracos de lona preta.
“Esse projeto é mentiroso, mais conhecido como vila da miséria, um loteamento com 192 famílias que estão passando fome. Não tem como levar água, nem médico para o local por conta do brejo, a situação é muito triste, lá só entra de trator. A prefeitura estava fazendo a doação de cestas básicas, mas não está tendo condições de continuar com o apoio”.
A saída, conforme o vereador está partindo dos pequenos empresários locais que promovem eventos a fim de arrecadar fundos para sustentá-los. “Outras pessoas estão morando no barracão de um clube. Outras famílias, com um pouco mais de condições, buscaram ajuda em outros municípios”, diz Leveino. Parte das famílias recebem acompanhamento de três psicólogos contratados pela prefeitura de Alto Boa Vista.
4 comentários
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HAROLDO FAGANELLO Dourados - MS
Caro R L GUERREIRO- MARINGÁ-PR, seus esclarecimentos são alentadores, eu não sou conhecedor de leis, pouco conheço, pois nunca me aprofundei sobre leis internacionais, não é minha área de estudo, porem o caso Suiá Missu sempre me levou ao sentimento de que os mandatários máximos desse país teriam sido sim criminosos e deveriam ser julgados. Sempre comentei com minha família que eles estariam cometendo um crime e que um dia estariam no banco dos réus, a reação da família sempre foi de deboche e incredulidade nessa possibilidade, não que são de acordo com o que aconteceu, mas não acreditam que exista lei para puní-los....Sua colocação, se tiver fundamento e acredito que tenha , deve ser levada avante pelos descentes desse país e fazer valer a justiça nesse caso ESCANDALOSO E DOLOROSO....
R L Guerrero Maringá - PR
O caso Suiá Missu foi na verdade tipifica “realocação forçada de pessoas”, crime contra a humanidade previsto no Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário, e passível de ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional.
Se conseguirmos fazer a lei internacional valer, poderemos ainda ver na prisão o Paulo Maldos, católicos do CIMI, juízes do Supremo e até a própria Dilma. O Tratado do Estatuto de Roma nos dá esta esperança. Mas até lá, é resistir à força contra novas realocações e ajudar nossos irmãos que perderam tudo. Gostaria de enviar alimentos e recursos, mas não faço ideia como.Izabel Lima Mococa - SP
Que desaforo!!Ajuda humanitária para os novos famintos criados por esse desgoverno???!! Onde passa um boi passa a boiada toda!!Pelas porteiras da Papuda já passaram os bois sinuelos agora falta o resto desta maldita boiada!!!
EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR
Como sera o NATAL destas familias neste ano , será que o Ministro da Justiça vai poder comemorar o Nascimento do Menino Jesus e pensar que deixou na rua sem direito a nada as familias do SUIA-MISSU. E agora vai cometer mais este crime no Maranhão . Ele deveria fazer uma experiencia e largar o conforto do seu ministério e sua casa e morar em baixo de uma lona com sua familia em pleno NATAL .