Federação de Agricultura do Maranhão acusa Miriam Leitão de mentir sobre desintrusão da Terra Indígena Awá-Guajá
Alvíssaras! É bom saber que existe quem esteja trabalhando duro pelo Agro em pleno feriado. A Federação de Agricultura e Pecuária do Maranhão, na pessoa do seu Presidente, José Hilton Coelho de Souza, acabou de divulgar uma nota oficial acusando Miriam Leitão de divulgar inverdades em texto publicado hoje no jornal O Globo sobre a expulsão de produtores rurais da terra indígena Awá-Guajá.
Para quem não sabe, o governo prepara uma mega operação militar para expulsar 1220 famílias de agricultores pobres do Maranhão de uma área demarcada pela Funai como terra indígena. Todos serão expulsos de terras que consideram suas sem direito a qualquer assistência pelo governo.
Miriam Leitão publicou hoje um texto em seu site afirmando, entre outras inverdades, que haveria uma área do Incra nas proximidades preparada para receber 60 das 1220 famílias que serão escorraçadas da área delimitada pela Funai. É mentira. A informação é falsa. Todos que estão envolvidos no tema sabem disso.
Miram Leitão deu a canelada com o objetivo de dar uma demão de moralidade ao ato medonho do governo de expulsar milhares de famílias pobres de casa dar-lhes qualquer assistência.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão, José Hilton Coelho de Sousa, botou o dedo na cara da jornalista. Disse, por meio de nota oficial, que Miriam Leitão mentiu, que a tal área não existe e pediu que Miriam diga onde fica a área a que ela se refere em seu texto.
Veja íntegra da Nota da Faema:
NOTA:
A Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão – FAEMA, em resposta ao texto publicado pela Jornalista Miriam Leitão em seu blog no Jornal O Globo em 24 de Dezembro de 2013 sob o título Liberação da Terra Awá, vem a público esclarecer algumas inverdades do texto. A jornalista afirma que “há uma área próxima, em Bom Jardim, onde devem ser assentadas 60 famílias.” A informação é falsa. Esta área não existe.
A Federação esclarece que:
Participou de reunião na 5ª Vara Federal do Maranhão no dia 19/12 sobre a operação de desinstrusão da Terra Indígena Awá-Guajá, sendo que neste evento não houve qualquer referência a existência da referida área;
A superintendência do INCRA no Maranhão lançou edital para compra de terras onde deverão ser assentadas as famílias do litígio Awá-Guaja, porém não existe qualquer previsão de quando isto efetivamente ocorrerá;
A FAEMA foi consultada pelo próprio superintendente do INCRA no Maranhão, José Inácio, sobre a possibilidade de a instituição ajudar na mobilização junto a outros produtores rurais que, eventualmente, tenham interesse em disponibilizar terras para venda na região do litígio.
A Federação solicita que a jornalista Miriam Leitão, que tem fontes privilegiadas, informe a localização exata da “área onde devem ser assentadas 60 famílias”, para que o juiz seja comunicado e determine a remoção das pessoas desalojadas para o referido local.
Por fim, a Faema, destaca que a operação de desintrusão da terra indígena Awá-Guajá extrapola a esfera judicial. Embora decorra de uma decisão judicial e, portanto, seja legal, a Federação considera um ato imoral expulsar 1.200 famílias de pequenos agricultores pobres sem qualquer plano exeqüível de reassentamento ou qualquer assistência por parte do Estado.
São Luis – MA, 24 de Dezembro de 2013.
José Hilton Coelho de Sousa
Presidente da FAEMA
Uma demão de moralidade: Mais um texto desinformativo de Miriam Leitão sobre os Awá-Guajá
A jornalista Miriam Leitão acaba de publicar em seu blog mais um texto desinformativo sobre a Questão Indígena dos Awá-Guajá. Leitão conhece bem a região. Visitou-a junto com o fotografo Sebastião Salgado como parte da estratégia de marketing da ONG para angariar suporte popular ao expurgo do Maranhão. Como mostrou o Questão Indígena a operação de Miriam e Salgado foi parcialmente financiada pela ONG Survival International. Trabalhando a soldo, Miriam Leitão se esforça para moralizar a operação militar que expulsará 1220 famílias de maranhenses pobres de suas casas.
No texto Miriam diz que aqueles ocupantes da Terra Indígena que não deixarem suas casas rumo ao nada voluntariamente serão desapropriados. É MENTIRA. Todos, os que saírem voluntariamente e os que forem escorraçados, serão EXPROPRIADOS. Perderão tudo. Sairão sem nada.
"Como sempre", generaliza Miriam em seu texto, "nestas situações, a ocupação da terra indígena foi feita tanto por grileiros e madeireiros, quanto pelos posseiros". Ou seja, só tem criminoso, logo pode o estado violentá-los.
O esforço de criminalizar ocupantes de terras indígenas para dar um demão de moralidade ao ato de expulsá-los como cães é comum nessas operações. No ano passado, durante a operação de desintrusão da Terra Indígena Maraiwastsédé (Suiá-Missu), a Secretaria Geral da Presidência da República soltou notas oficiais dizendo que havia "gente ligada ao crime organizado" ocupando a área.
A pergunta que fica é: Por que Miriam Leitão usa eufemismos? Por que tratar todas as 1.220 famílias como grileiros, madeireiros ou posseiros, senão para minimizar a imoralidade do ato de expurgar de uma área milhares de pessoas?
De acordo com o texto da Dona Miriam Leitão, apesar de só haver "grileiros, madeireiros e posseiros" na área o Governo e a Justiça ainda foram bonzinhos. Determinaram que eles recebam ajuda através de financiamentos do Pronaf, sementes, inclusão no Bolsa Família, inscrição no INSS e concessão de terra através do Incra.
Financiamento para agricultura familiar, Dona Miriam? Sementes, Dona Miriam? Para plantar onde, se eles serão expulsos das terras?
Mas o pior de tudo é a afirmação MENTIROSA feita por Miriam Leitão de que "há uma área próxima, em Bom Jardim, onde devem ser assentadas 60 famílias. Outras receberão crédito fundiário."
Desafiamos Dona Leitão a apontar onde fica esta área. É mentira. Essa área não existe. O próprio Incra já disse que não há onde reassentar as famílias. Só no mês passado o Instituto abriu um edital para compra de um imóvel na região. Sabe-la se ou quando esse imóveis estará pronto para receber as famílias.
O problema da desintrusão da Terra Indígena Awá-Guajá não é um problema legal. É um problema moral. O Questão Indígena já publicou aqui um texto que quase implodiu a equipe no debate interno apoiando a proteção aos índios Awá-Guajá, mas repudiando a forma como os não índios são tratados pelo Governo.
Miriam Leitão, Sebastião Salgado e a ONG que os financia também apoiam a proteção dos Awá-Guajá. Mas, ao contrário do QI, apoiam a qualquer preço. Na visão dessa turma, o ato imoral de expulsar 1220 famílias de maranhenses pobres de suas casas é perfeitamente justificável ante a necessidade de proteção dos Awá.
Mas essa turma gosta de ser "do bem". Eles não gostam de ser confundidas com gente ruim e má. É daí que vem texto como o de Miriam. São textos que buscam justificar para elas mesmas que o ato imoral que elas suportaram não é assim tão imoral.
O texto desinformativo e desonesto de Miriam Leitão pode ser lido AQUI. Peço aos leitores que acessem a aba de comentários do texto e perguntem a Dona Miriam Leitão onde fica esta área onde o governo assentará 60 pessoas.
Expurgo do Maranhão: Juiz manda distribuir sementes a agricultores que serão expulsos de suas terras. Plantar onde?
O juiz federal José Carlos da Vale Madeira, responsável pela decisão que jogará na rua 1220 famílias pobres no Maranhão, ordenou que depois de expulsar as famílias de suas terras, o governo deve "distribuir sementes aos agricultores". A decisão manda ainda que o Governo dê financiamento do Pronaf e ofereça orientação sobre a utilização das "terras em que venham instalar suas roças". Onde você acha que os agricultores devem plantar as sementes do juiz depois que o Governo os expulsar da terra?
É impressionante a irresponsabilidade do Juiz. A decisão judicial ordena a expropriação da terra de 1200 famílias pobres. Eles não terão nem casa onde morar, muito menos "terras em que venham instar suas roças". De que adiante dar sementes a quem não terá terra onde plantar? Como eles pagarão os financiamentos sem terra? De que adiante assistência técnica a quem não tem mais como plantar suas roças?
A impressão que dá é que o juiz percebeu tarde demais a cagada que fez ao ordenar a desintrusão e agora tentar acalmar sua própria consciência com medidas inúteis.
Clique aqui e leia íntegra de decisão "provisória" do juiz celerado, José Carlos do Vale Madeira
Infeliz ano novo: Governo expulsará agricultores maranhenses a partir do dia 6 de janeiro
O assessor jurídico da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema), Emerson Galvão, participou hoje de uma reunião com representantes do Governo Federal e da justiça. Foi informado de que a "desintrusão", eufemismo usado pela Funai para moralizar a palavra expurgo, da área demarcada com terra indígena Awá-Guajá ocorrerá a partir de 6 de janeiro. Segundo ele, são mais de 6 mil produtores que serão atingidos pela decisão judicial, número superior ao anunciado pela Funai.
Na reunião, o Juiz Federal José Carlos do Vale Madeira confessou ter sofrido pressões dos ex presidentes dos Estados Unidos, Jimmy Carter e Bil Clinton, para determinar a expulsão dos agricultores maranhenses em favor dos índios.
Veja quem são os "intrusos" da Terra Indígena Awá-Guajá, por Osvaldo Pereira Filho
Para se ter uma visão mais panorâmica das graves formas de exploração em que se ver envolvido o lavrador rural no pólo de São João do Carú consideramos brevemente a história da ocupação desta região especialmente apartir de 1950. À medida que identificarmos os motivos desta ocupação e as formas de relações econômicas que foram se estabelecendo, bem como as conseqüências delas resultantes, compreender-se-á de uma visão de conjuntura, que as condições de vida da população local, resultam principalmente de processos histórico que por serem dinâmico podem ser redirecionados pela ação de homens conscientes.
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Expurgo do Maranhão: Governo fecha o cerco sobre os pequenos agricultores
O Governo está fechando o cerco sobre os pequenos agricultores do Maranhão e prepara a desintrusão da Terra Indígena Awá-Guajá. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a área está ocupada por 1.220 famílias de pequenos agricultores. São cerca de 6.000 pessoas que serão expulsas de casa a qualquer momento. Assim como no caso do expurgo da Suiá-Missu, a operação militar de expulsão dos agricultores da Awá-Guajá está sendo coordenada diretamente pela Secretaria Geral da Presidência da República. No último dia 10 de dezembro o Secretário Nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, da Secretaria-Geral da Presidência da República, esteve pessoalmente em São Luis com o objetivo de preparar as autoridades locais para a operação militar. Na capital maranhense, Maldos se reuniu com o juiz federal José Carlos do Vale Madeira, com representantes do Incra local e do Governo do estado.
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