Funai faz demarcação sumária em Roraima e quer expulsar os agricultores antes que Quartiero assuma a vice governadoria

Publicado em 20/11/2014 17:42

Um morador da Vila do Equador, localizada no Município de Rorainópolis, sul do Estado de Roraima, disse ao jornal Folha de Boa Vista que está recebendo ameças por parte de funcionários da Funai. O agricultor José Fernandes afirma que ele e outros moradores da região, entre as vicinais II da região e vicinal II do Matinho, estão sendo ameaçados de expulsão. A Funai diz que surgiram novos índios na região e todos os documentos de terra na área foram anulados.

“Eles estão entrando em comboio vindo de Manaus [AM], carros cheio de funcionários e dizendo que vão tomar a área, que nós não devemos mais plantar e nem construir mais nada porque a terras são deles”, disse. Conforme o agricultor, são mais de 80 famílias que vivem na região e que estão sendo aterrorizadas pelos funcionários que querem desocupar a área. “Eles fotografam tudo, nossas terras, e dizem que temos que sair do local, pois surgiu uma nova tribo indígena, a Pirititi. Isso não existe”, relatou.

Conforme José Fernandes, a Funai pretende retirá-los do local para ampliar a área indígena próxima à localidade. “O que eles querem é ampliar a área dos Waimiri-Atroari, que vivem lá perto. Querem desapropriar essas pessoas todas documentadas e dar mais de 40 mil hectares de terras para os índios”, destacou.

O agricultor disse que os moradores da região pretendem realizar, na próxima segunda-feira, 24, uma manifestação no local para proibir a entrada dos funcionários. Segundo eles, a Funai prentende começar o processo de limpeza étnica da área. “Nós não vamos permitir. Ninguém vai nos tirar de lá. Pode ocorrer até um conflito lá, nós não temos medo”, frisou.

A Funai diz que os novos índios, chamados Pirititi, surgiram no final de 2013 na região de Rorainópolis. A partir deste momento, iniciou-se um processo de intervenção administrativa da área que parece ter resultado na demarcação sumária da nova terra indígena. “Como são índios isolados, todos os atos produzidos em terras indígenas são considerados nulos quando se identifica uma comunidade isolada. Mesmo que eles [produtores rurais] tenham documentos. Depois haverá uma indenização das benfeitorias”, explicou o órgão.

A Funai parece querer expulsar todos os agricultores antes que o Deputado Paulo César Quartiero assuma a vice governadoria do Estado e tente evitar o processo de expurgo étnica da área.

Se levar adiante a desintrusão da Terra Indígena Pirititi, será a terceira expulsão de agricultores feita pelo Governo do PT nos últimos três anos.
 

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Fonte:
Questão Indígena

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