Polícia Federal prende líderes indígenas por venda ilegal de madeira em Rondônia
A Polícia Federal prendeu ontem dois líderes indígenas suspeitos de participação em um esquema de venda ilegal de madeira da Amazônia. Estima-se que o dano ambiental decorrente da ação dos índios e de madeireiras provocou um prejuízo de R$ 500 milhões. Segundo a PF, os indígenas confessaram a participação no esquema criminoso.
Com o apoio do IBAMA, policiais federais deram cumprimento a 66 mandados judiciais: 10 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária, 23 de busca e apreensão, 17 de conduções coercitivas, 22 ordens de interrupção de atividades de empresas madeireiras, além de medidas de sequestros de bens imóveis avaliados no montante aproximado de R$ 7 milhões e R$ 500 mil. Os mandados são cumpridos em 10 municípios da região do Cone Sul do estado de Rondônia.
Segundo as investigações, a extração era feita da terra indígena Mequéns e, para regularizar o material, a madeira era 'esquentada', por meio de planos de manejo fraudulentos. A Polícia Federal identificou cinco núcleos dentro do grupo criminoso, além das lideranças indígenas da etnia Sacuraiabe.
A quadrilha investigada tinha ampla atuação em Rondônia. Ela se beneficiava de extração ilícita de madeiras da terra indígena, que eram “esquentadas” por meio de fraudes em Planos de Manejos. O esquema contava também com a conivência e a participação de lideranças indígenas, em razão de se beneficiarem financeiramente dessa extração.
De acordo com o superintende da PF, o inquérito ainda está em andamento e novas provas serão coletadas antes do envio ao Ministério Público, que poderá oferecer denúncia contra os envolvidos. Ainda conforme Gaya, o número de pessoas e empresas envolvidas pode aumentar e novas prisões podem ser realizadas. Os indiciados e eventuais acusados responderão pelos crimes de furto, extração ilegal de madeira, lavagem de dinheiro e associação criminosa.