Reunião no Ministério da Justiça não acontece e indígenas intensificam invasões no MS

Publicado em 26/08/2015 14:46

A reunião entre produtores rurais e representantes das comunidades indígenas agendada para esta quarta-feira (26), no Ministério da Justiça, não aconteceu. Marcada pelo deputado estadual João Grandão (PT/MS), que reclamou a ausência de representantes indigenistas na última audiência realizada com o ministro José Eduardo Cardozo em julho deste ano, a reunião deveria marcar avanços nas negociações sobre as invasões a propriedades rurais em Mato Grosso do Sul mas não ocorreu porque tanto o deputado, quanto os demais representantes indígenas não compareceram ao Ministério. Devido a um compromisso no Planalto, o ministro José Eduardo Cardozo, também não compareceu ao encontro.

O grupo de produtores rurais - liderado pelo presidente da Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Maurício Saito, e composto pelos presidentes dos sindicatos rurais dos municípios de Amambai, Diogo Peixoto, e de Ponta Porã, Jean Paes, e da advogada Luana Ruiz  foi recebido pelo presidente da Funai – Fundação Nacional do Índio, João Pedro Gonçalves da Costa. O dirigente ouviu o relato da situação conflitante e de violência gerada pelos indígenas nas invasões e foi informado que mais uma propriedade e o distrito de Campestre foram invadidos nas últimas 24 horas, ambos no município de Antônio João.

Com as novas ações indígenas, o número de propriedades rurais invadidas em Mato Grosso do Sul chega a 95. Em Campestre, segundo a advogada Luana Ruiz, cerca de 40 famílias que moram no distrito estão sendo expulsas e precisam de apoio da Prefeitura para deixar o local. Costa prometeu interceder para que homens da Força Nacional, que já estão na região de Amambai, também sejam deslocados para Antônio João, o mais recente foco de invasão indígena no Estado.

O presidente da Famasul enfatizou para Costa sobre o acirramento dos ânimos na região Sul do Estado. “O Governo Federal tem que cuidar dos cidadãos brasileiros, índios e não índios, e precisa interceder na situação de conflito que está aflorando”. Para Saito, a ausência do deputado João Grandão, que marcou a reunião e sequer justificou a ausência, bem como dos demais representantes dos indígenas, demonstra indiferença em relação à busca de uma solução pacífica e definitiva para o problema. “Nos deslocamos até Brasília para atender ao chamado da comunidade indígena, entendendo a urgência na busca de uma solução pacífica. Mas o que tivemos foi descaso em relação a situação conflitante que se estabelece nas regiões invadidas”, afirmou.

Fonte: Famasul

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Marco Temporal: "Decisão de Gilmar Mendes é mais uma vitória importante" e garante constitucionalidade da lei, afirma Lupion
STF suspende tramitação de todas as ações judiciais sobre Lei do Marco Temporal
FPA se manifesta sobre busca da PGR por derrubada do Marco Temporal das Terras Indígenas
FPA se posiciona sobre decisão do STF em relação às demarcações em Guaíra/PR
Guaíra: Demarcações de terras indígenas voltam a ser suspensas