CPI da Funai e Incra 2 retoma discussão e votação nesta quarta-feira

Publicado em 17/05/2017 07:15

Será retomada nesta quarta-feira (16) a discussão e votação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e Incra 2, que pede o indiciamento de cerca de 90 pessoas por supostos crimes praticados em processos de demarcação de terras indígenas, de quilombolas e até em assentamentos rurais destinados à reforma agrária.

O relatório, elaborado pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), também acusa servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além de antropólogos e dirigentes de organizações não-governamentais, de fraudarem processos de demarcação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia.

Nesta terça-feira, em função do início da Ordem do Dia do Plenário da Câmara, a reunião da CPI foi suspensa quando os deputados estavam na fase de discussão do relatório – fase que precede o início da votação.

Pouco antes de meia-noite, o presidente da comissão, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), encerrou a reunião e remarcou a votação. “Como ainda prossegue a Ordem do Dia no plenário, convoco nova reunião para esta quarta-feira”, disse.

Na votação do relatório, os deputados podem apenas apresentar destaques que retiram trechos do texto – que ainda pode ser alterado depois das discussões pelo relator.

O relatório final da CPI da Funai também pede que o Ministério da Justiça faça uma nova análise de demarcações em andamento no Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Terras indígenas

A CPI sugere ainda um projeto para regulamentar o artigo constitucional que estabelece que só serão consideradas terras indígenas aquelas ocupadas por índios no dia da promulgação da Constituição, 5 de outubro de 1988.

Essa data foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no caso da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, mas a decisão não se estende automaticamente às demais áreas.

O início da discussão foi marcado por críticas de deputados do PT, Psol e PPS ao relatório, classificado como parcial. O texto foi defendido por deputados do PMDB e partidos aliados.

Fonte: Agência Câmara

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Indígenas voltam a defender demarcação de territórios em evento na Câmara dos Deputados
Marco Temporal: "Decisão de Gilmar Mendes é mais uma vitória importante" e garante constitucionalidade da lei, afirma Lupion
STF suspende tramitação de todas as ações judiciais sobre Lei do Marco Temporal
FPA se manifesta sobre busca da PGR por derrubada do Marco Temporal das Terras Indígenas
FPA se posiciona sobre decisão do STF em relação às demarcações em Guaíra/PR