Qualidade das lavouras cai nos EUA e soja opera com forte alta

Publicado em 19/06/2012 08:52
O mercado internacional de grãos registra mais um dia bastante positivo na Bolsa de Chicago. Nesta terça-feira, por volta das 8h30 (horário de Brasília), a soja operava com mais de 30 pontos nos principais vencimentos. O milho e o trigo também registravam com altas de dois dígitos. 

O principal fator de alta para os preços tem sido, desde a sessão desta segunda-feira, as condições climáticas adversas nos Estados Unidos. Por conta do clima quente e seco, o índice de lavouras em boas ou excelentes condições recuou e estimulou novas e significativas altas para as cotações, segundo o último relatório de acompanhamento de safra divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

O boletim do departamento norte-americano apontou que entre as plantações de milho, 63% estão em condições boas ou excelentes, contra 66% da semana passada e 70% do mesmo período no ano passado. No caso da soja, os números recuaram de 60% das lavouras em bom estado para apenas 56%. Nesse mesmo período em 2011, o índice era de 68%. 

Na última semana, menos de 5% das chuvas "normais" caíram em partes dos estados de Iowa e Illinois. "Com a falta de umidade no centro-norte de Illinois e em partes do Corn Belt espera-se que esses índices caiam ainda mais. No leste de Iowa e em Illinois as coisas estão difíceis", disse Scott Stoller, comerciante de cereais de Illinois. 

O temor é de que a falta de chuvas e as altas temperaturas possam comprometer a produtividade das plantações, frustrando as expectativas para uma safra recorde de milho e ajustando ainda mais a já preocupante safra de soja. 

No atual momento da safra, como explicou o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, o clima prejudica mais o desenvolvimento do milho do que da soja. Além disso, mesmo que o cereal sofra com uma quebra de safra, a oferta ainda assim será muito grande e os estoques bastante amplos. Já no caso da soja, a oferta será restrita com ou sem perdas, e os estoques, possivelmente, os menores da história. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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