Grãos: Mercado inicia mais uma semana explodindo em Chicago

Publicado em 09/07/2012 08:15
Mais uma semana com os preços dos grãos disparando na Bolsa de de Chicago. A seca nos Estados Unidos persiste e o mercado agora está completamente focado nas condições climáticas do país e nos temores de uma oferta cada vez mais ajustada, principalmente de soja. 

Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, os futuros da oleaginosa, que por volta das 7h50 (horário de Brasília) operavam com quase 40 pontos de alta, avançam para os mais altos níveis de preços desde julho de 2008, ano em que foi registrada uma "crise mundial dos alimentos". Nesta segunda-feira, o vencimento agosto, que no momento é o que apresenta maior negociação já operava no patamar dos US$ 16 por bushel. O contrato novembro, referência para a safra norte-americana, valia US$ 15,45, subindo 39,25 pontos. 

O milho também inicia a semana bastante positivo, com seus principais vencimentos trabalhando todos acima dos US$ 7 por bushel, com altas de mais de 20 pontos. As lavouras do cereal já registram danos irreversíveis e a safra que deveria ser recorde no ciclo 2012/13 poderá ter um racionamento da demanda. 

O mercado é extremamente climático no momento. O Meio-Oste dos Estados Unidos, região do Corn Belt - o cinturão produtor do país - é o local a sofrer mais com a falta de chuvas e o clima seco. Como mostram mapas do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), o instituto de meteorologia dos EUA, a região sofre com chuvas esparsas e pouco volumosas, que não devem ser suficientes para reparar os danos causados pelo calor. 

Como disse o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, em sua última nota sobre o mercado de Chicago, "a safra não pode lidar com mais uma semana de seca, mesmo com temperaturas mais amenas. A definição do clima nas próximas duas semanas ditará a direção dos mercados no curto prazo. Continuação da tendência de clima seco e quente neste período, trará preços recordes". 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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