Argentina: Chuvas excessivas atrasam plantio da soja em mais de 50 dias

Publicado em 04/12/2012 16:05
As chuvas que são esperadas para atingirem o cinturão de produção de grãos da Argentina esta semana neste final de semana deverão manter as inundações nos campos, impedindo o bom desenvolvimento dos trabalhos de campo no país. Dessa forma, o acesso a áreas chave de produção de soja, milho e trigo permanecem bloqueados. 

As preocupações com a nova safra da Argentina são crescentes, pois, como vem sendo sinalizados pelos analistas e consultores, o mercado não tem mais espaço para uma nova quebra de safra, já que os estoques mundiais e dos EUA são historicamente baixos e a demanda segue bastante aquecida. 

Como disseram participantes ouvidos pela agência internacional de notícias Reuters, os importadores precisam de toda a oferta de grãos que a América do Sul puder oferecer depois de colheitas desapontadoras nos Estados Unidos, no Leste Europeu e na Rússia.

Na Argentina, o plantio da soja está concluído em apenas 50% da área quando, para o período, o normal seria algo em torno de 80%. O atraso já é de 45 a 60 dias nas principais regiões produtoras e isso já poderia implicar em uma severa baixa na produção do país. 

A colheita de soja da Argentina deverá chegar, segundo o analista de mercado argentino Pablo Adreani, a 47 milhões de toneladas, contra as previsões iniciais de mais de 52 milhões de toneladas por conta dessas adversidades climáticas. 

Este ano, os preços internacionais dos grãos subiram expressivamente, atingiram patamares recordes, frente a um momento em que os estoques mundiais estão muito apertados e que a demanda por alimentos continua crescendo. 

Ao mesmo tempo, a produção agrícola na Argentina está sob forte pressão do clima desfavorável e, ainda de acordo com informações da Reuters, mesmo chuvas normais poderiam ser, neste momento, um fator complicador para essa safra da Argentina, o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja. 

"O oeste, centro e leste de Buenos Aires estão alagados. Trata-se de uma região plana, sem muita inclinação para provocar o escoamento da água e uma drenagem do solo. Além disso, a logística ainda está um caos já que a água cruza as estradas e complica o trânsito", disse Anthony Deane, chefe da consultoria Weather Wise Argentina. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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