Soja: redução na projeção da safra argentina contribui para altas na CBOT

Publicado em 19/02/2013 09:17 e atualizado em 19/02/2013 14:14
Após o feriado do Dia do Presidente, comemorado ontem (18) nos EUA, a soja dá continuidade ao movimento de alta iniciado no pregão da última sexta-feira (15), no qual, as cotações fecharam com leves ganhos. Por volta das 14h10 (horário de Brasília) as principais posições negociadas na Bolsa de Chicago ganhavam mais de 30 pontos. O vencimento maio, referência para a safra brasileira, operava a US$ 14,50/bushel. 

De acordo com o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado registra um movimento de correção técnica frente às recentes baixas. O consultor destaca que com o feriado de ontem (18), o mercado começou a reavaliar as posições depois da redução na projeção da safra argentina anunciada pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires na última quinta-feira (14). A estimativa é que a produção do país alcance 50 milhões de toneladas. 

 “Com o final de semana prolongado, provavelmente, os grandes investidores começaram a olhar essa situação e entraram no primeiro dia da semana com otimismo, puxando as posições para o lado de cima da tabela, tentando firmar próximos de US$ 14,50 por bushel. E é possível que o mercado tenha fôlego para buscar preços acima dos atuais patamares”, diz Brandalizze.

No cenário mundial, os fundamentos ainda são positivos, conforme sinaliza o consultor. Devido às intempéries climáticas, várias regiões produtoras tanto do Brasil como da Argentina apresentam problemas pontuais. O consultor acredita que outra situação que o mercado passa a observar é situação dos produtores brasileiros que diante da redução dos preços no mercado interno brasileiro, começam a segurar o produto. 

“O mercado internacional pode sentir falta dessa oferta nos próximos meses. E os EUA já exportaram grandes volumes de soja, e se o país continuar embarcando em ritmo acelerado via obrigar os norte-americanos a vir no mercado importar o grão a partir de maio e junho para atender a demanda no segundo semestre”, explica Brandalizze.  

Além disso, em tempos de estoques norte-americanos apertados, a demanda chinesa permanece aquecida, e não dá sinais de retração. A expectativa do mercado é que após o feriado de Ano Novo, o país retorne às compras. Na última semana, o Governo chinês liberou as importações de alimentos, antes havia uma política para tentar reduzir às compras de grãos nos próximos anos, segundo o consultor. Hoje (19), os exportadores privados norte-americanos reportaram ao USDA  (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a venda de 120 mil toneladas de soja em grão à China, para serem entregues na temporada 2012/13. 

Milho – O mercado do cereal, ao contrário da soja, opera do lado negativo da tabela nesta terça-feira (19). Os baixos volumes de exportações semanais reportados pelo USDA na última semana é o principal fator que exerce pressão negativa nas cotações futuras em Chicago. 

“As comercializações segue em ritmo lento nos EUA. E as boas condições climáticas em várias regiões produtoras de milho no Brasil, que projeta que o país plante uma safrinha próxima de 8 milhões de hectares, e caso o clima continue favorável irá resultar em uma produção ao redor de 40 milhões de toneladas também é visto como um fator limitante de alta”, relata Brandalizze. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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