Gado e arroz cedem terreno para a soja

Publicado em 26/02/2013 08:27
A paisagem do Pampa gaúcho vive uma transformação sem precedentes nos últimos 50 anos. A chamada Metade Sul do Rio Grande do Sul, historicamente ocupada pela pecuária e a cultura do arroz irrigado cede espaço cada vez maior para a soja - e de maneira embrionária para videiras. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul - FARSUL estima que 600 mil hectares de soja foram plantados nos municípios da região - como Candiota, Bagé, Hulha Negra e Don Pedrito, que há três anos computavam área média de 3 mil hectares do grão e saltaram para 80 mil hectares cada. A tradicional pecuária não consegue mais competir com outras culturas como a soja. Foi assim na Argentina, no Uruguai e agora no Brasil.
 

Vários fatores dão impulso à mudança, desde a evolução genética e descoberta de variedades de soja de ciclos indeterminados, passando pela demanda do mercado por esta proteína vegetal e, mais recentemente, pelo consumo de alimentos em ascensão na China e pela quebra de safra nos Estados Unidos que ajudaram a elevar o preço mundial da commodity. "Simplesmente, não tem volta", diz Gedeão Avancini Pereira, diretor da FARSUL.

 

Cada hectare de soja rende ao produtor R$ 2,4 mil, considerando a produção de 40 sacas por hectare. Se forem 60 sacas/ha, o rendimento sobe para R$ 3,6 mil por hectare. A pecuária de corte garante cerca de R$ 200,00 por hectare. "Sempre digo que pecuária de corte só se faz no mundo onde não se consegue fazer outra atividade que não seja rentável no hectare", afirma Pereira.

Qual o futuro da pecuária gaúcha? Num horizonte de cinco a dez anos sobram dois caminhos: "Ou avançamos tecnologicamente para nos verticalizar ou a pecuária fatalmente vai diminuir", diz o dirigente da FARSUL.  "Se o produtor colher entre 35 e 40 sacas de soja por hectare neste ano, que não é nada excepcional, ele vai continuar investindo", sinaliza. Segundo Gedeão, a soja já chega com sistema de irrigação por pivô central. O Rio Grande do Sul tem hoje um plantel de aproximadamente 14 milhões de cabeças, considerado estável nos últimos anos. Desse total, entre 11 milhões e 12 milhões são de pecuária de corte.

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Fonte: Cenário MT

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