Soja na Semana: Reação em Chicago movimenta mercado interno brasileiro

Publicado em 22/03/2013 17:14
O mercado brasileiro de soja apresentou melhora no ritmo dos negócios, principalmente na segunda parte da semana, acompanhando a reação das cotações internacionais. Após um início de semana ruim, no balanço semanal, os preços domésticos apresentaram apenas pequenas oscilações. 
     
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos recuou de R$ 59,00 para R$ 58,50 entre os dias 14 e 21 de março. Em Cascavel (PR), a cotação subiu de R$ 55,50 para R$ 56,00. Em Rondonópolis (MT), o preço passou de R$ 47,50 para R$ 48,00. Em Dourados (MS), a saca caiu de R$ 50,00 para R$ 49,00, enquanto em Rio Verde (GO) o preço estabilizou em R$ 50,50. 
     
O mercado internacional apresentou dois comportamentos distintos. Após seis sessões consecutivas de perdas, motivadas pelo sentimento de que a demanda mundial pela oleaginosa estaria se deslocando dos Estados Unidos para a América do Sul, o mercado reagiu no dia 20 e consolidou os ganhos no dia 21. Esta reação foi motivada pela notícia do cancelamento de compras que envolviam 2 milhões de toneladas da China no mercado brasileiro. 
     
A percepção dos participantes se modificou. Aparentemente, a demanda permanece nos Estados Unidos, em um período onde normalmente as compras se concentram no Brasil e na Argentina. Isto ocorre pelos problemas de logística, principalmente o atraso nos embarques brasileiros. 
     
Como decorrência desta alteração de cenário, os contratos com vencimento em maio, negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), acumularam valorização de 0,97% entre os dias 14 e 21 de março, pulando de US$ 14,35 para US$ 14,49 por bushel. O dólar comercial também subiu, motivado pela crise financeira no Chipre e os temores de contaminação em outros países da Europa, e fechou o período com ganho de 1,82% a R$ 2,011. Esta combinação contribuiu para a melhora no mercado interno de soja.

Mato Grosso

A comercialização de soja de Mato Grosso evoluiu menos que o esperado, atingindo 75,9% no mês de março de 2013. Esse avanço nunca foi visto para o período, já que o estado está em plena colheita. No entanto, a dificuldade para o escoamento da produção atual pesou sobre os negócios e fez com que as tradings,preocupadas em cumprir os contratos já realizados, deixassem de comprar mais grãos. A avaliação faz parte do boletim semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). 
    
As 18,3 milhões de toneladas já vendidas estão sofrendo com atrasos para o transporte de caminhão até o porto, por falta de caminhões e más condições das estradas, grandes filas para descarregamento no terminal de Alto Araguaia e dias de espera para esvaziar os caminhões nos portos, principalmente Santos e Paranaguá. 
    
Com a redução de preços no último mês, fato que também inibiu o produtor a vender a oleaginosa produzida, o preço médio ponderado de comercialização caiu de R$ 49,30/saca para R$ 48,87/saca. Essa situação de baixa comercialização deverá se estender até uma definição dos meios de escoamento nacional, tanto estradas quanto ferrovia e portos, e de uma reação dos preços no mercado interno, atraindo vendedores e compradores.

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Fonte: Safras & Mercado

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