Notícias de gripe aviária na China preocupam e soja tem forte queda

Publicado em 03/04/2013 14:39
Nesta quarta-feira (2), os preços da soja voltaram a desabar na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa ampliaram suas perdas e, por volta das 14h20 (horário de Brasília), as perdas nos principais vencimentos eram de mais de quase 20 pontos. Com isso, alguns vencimentos atingiram os menores patamares em 12 meses. 

Depois dos últimos números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que reportaram estoques maiores do que o esperado, os preços vêm recuando e, segundo analistas, as altas tendêm a ser pontuais e pouco consistentes. 

Outro fator que pesa sobre os preços na sessão desta quarta-feira é a notícia de gripe aviária na China. Uma possível epidemia de um novo tipo de gripe aviária assusta a população chinesa e a doença já causou uma morte. Frente a isso, o temor é de que a nação asiática possa reduzir seu consumo de proteína animal. A notícia espanta o mercado e estimula os movimentos de venda por parte dos investidores, pressionando as cotações em Chicago. 

"A venda na soja Chicago é forte e, bem provavelmente, exagerada. Mas, até que o mercado se acalme, os preços estão suscetíveis, de olho nos níveis técnicos", diz Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos. Dejneka diz ainda que com o feriado que há na China nessa semana, os participantes do mercado reduzem ainda mais sua aversão ao risco. 

Análise Técnica - Segundo Antonio Domiciano, gestor da SmartQuant Investimentos, tecnicamente a soja já perdeu o suporte dos US$ 14 e abaixo disso a tendência é de que os preços caiam ainda mais. No entanto, o que tira um direcionamento mais definido do mercado é uma "briga" entre compradores e vendedores para confirmar a perda desse patamar. "Uma vez confirmada essa perda, projetam-se novas perdas", afirma Domiciano. 

Frente a esse cenário técnico, a atenção se volta para essas novas perspectivas de queda para a soja de aproximadamente 5 a 8% nas próximas. Por outro lado, caso a oleaginosa consiga voltar a trabalhar acima dos US$ 14, a tendência é de que o mercado suba novamente. "Nesse momento, há um processo de definição para iniciar um processo de queda", afirma o gestor em sua análise técnica sobre o mercado.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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