Soja: Oscilações em Chicago prejudicam negócios no Brasil em março

Publicado em 05/04/2013 18:06
 O mercado brasileiro de soja teve um março marcado pela fraca comercialização e por preços sob pressão nas principais praças do país. O "sobe-desce" das cotações futuras na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) prejudicou a movimentação doméstica durante o período. 
     
Levantamento de SAFRAS & Mercado indica que o preço médio da soja em Passo Fundo (RS) foi de R$ 59,20 em março, contra R$ 61,80 em fevereiro. No mesmo período, a média recuou de R$ 57,30 para R$ 56,15 em Cascavel (PR); de R$ 50,30 para R$ 48,70 em Rondonópolis (MT); de R$ 53,45 para R$ 51,00 em Dourados (MS); e de R$ 55,75 para R$ 51,45 a saca de 60 quilos em Rio Verde (GO). 
     
Apesar de, na comparação das médias, os contratos com vencimento maio terem ficado estabilizados em Chicago - US$ 14,58 por bushel -, o encerramento do mês foi frustrante. Março iniciou com os contratos com vencimento em maio em torno de US$ 14,45. A cotação chegou a superar a casa de US$ 14,80, mas finalizou março abaixo dos US$ 14,00, patamares mantidos no início de maio. 
     
A dinâmica do mercado foi determinada pelas especulações em torno dos estoques americanos e pelo deslocamento da demanda global. A reação esboçada na primeira parte do mês foi determinada pelos problemas de logística e atraso nos embarques do Brasil. A China voltou a comprar soja nos Estados Unidos, em um período onde normalmente o abastecimento daquele país é suprido por produto da América do Sul. 
     
No final de março, no entanto, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu ao indicar estoques finais americanos bem acima do esperado pelo mercado, deflagrando um movimento de venda que colocou os contratos nos menores níveis em 10 meses. Concomitantemente a isso, os embarques estão mais ágeis e Brasil e Argentina passam a suprir as necessidades globais pela oleaginosa.

Produção

A produção brasileira de soja na temporada 2012/13 deverá totalizar 82,495 milhões de toneladas, com aumento de 22% na comparação com a safra anterior, que ficou em 67,758 milhões de toneladas. A previsão faz parte de levantamento divulgado hoje por SAFRAS & Mercado. No relatório anterior, divulgado no dia 1o de março, a previsão era de safra de 82,239 milhões de toneladas. 
     
A estimativa de área plantada passou de 25,155 milhões de hectares em 2011/12 para 27,645 milhões na atual temporada, com aumento de 10%. SAFRAS trabalha com rendimento médio de 2.984 quilos por hectare, superando os 2.694 quilos obtidos no ano passado. 
     
O Mato Grosso deverá seguir líder no ranking de produção nacional, com safra estimada em 24,1 milhões de toneladas, representando um crescimento de 10% sobre as 22 milhões de toneladas obtidas em 2011/12. A produção do Paraná deverá ter um crescimento de 40%, totalizando 15,550 milhões de toneladas. 
     
Após uma temporada de quebra por conta do clima seco, o Rio Grande do Sul deverá recuperar a produção. SAFRAS aposta em uma expansão de 83% na safra, que chegaria a 12,1 milhões de toneladas.

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Fonte: Safras & Mercado

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