Expedição Safra checa reais condições das lavouras grãos no Paraguai e Argentina

Publicado em 08/04/2013 14:52
Após percorrer mais de 60 mil quilômetros e visitar 14 estados brasileiros, o projeto voltou a campo para incursões sul-americanas
Quarto maior exportador de soja do mundo, o Paraguai foi o ponto de partida roteiro da Expedição Safra na América do Sul, neste final de semana. O levantamento técnico-jornalístico deu início aos trabalhos de campo pelas lavouras paraguaias, onde segue até amanhã. A equipe vai percorrer o cinturão de produção de grãos do país, e, pela primeira vez, irá visitar a região do Chaco, considerada a nova fronteira agrícola paraguaia. Na área predominam os criadores de gado, mas nos últimos anos está ocorrendo o processo de ocupação pelos produtores de grãos devido ao grande potencial de expansão das lavouras.

Apesar de vasto, o Chaco apresenta problemas como falta de chuva por vários meses e excesso de salinidade no solo. Além disso, uma única rodovia corta a região. Situações que, segundo o coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira, podem ser contornados com tecnologia, como por exemplo, projetos de irrigação que estão sendo desenvolvidos pelas autoridades federais. “Ainda falta muita infraestrutura, mas as pastagens já começam a dividir espaço com as lavouras. Nosso objetivo é checar in loco como esse processo está ocorrendo e estimar qual o potencial do Chaco para a produção de grãos”, explica Ferreira.

No Paraguai, a colheita de verão está quase concluída e os produtores já iniciaram o plantio da safrinha. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país deve colher 8,35 milhões de toneladas de soja. No último ciclo, as lavouras paraguaias não renderam nem 5 milhões de toneladas por causa da seca que atingiu o país por quase todo o ciclo.  Entre soja e milho, as estimativas preliminares indicam que, entre soja e milho, o país tem potencial para colher mais de 10 milhões de toneladas de grãos neste ano.

A visita ao país termina com uma agenda política em Asunción, onde a equipe de técnicos e jornalistas irá se reunir com autoridades do setor.

Argentina

Na Argentina, o destino da Expedição será as províncias de Buenos Aires, Cordóba e Santa Fé – região que concentra mais de 80% da produção de grãos do país –, além do complexo portuário de San Lorenzo. “O país teve uma quebra considerável no ano passado e esse ano está enfrentando dificuldades desde o início do plantio. Vamos a campo medir o impacto do clima na produção argentina”, comenta o coordenador do projeto.

As lavouras argentinas sofreram com excesso de chuva na fase de plantio e estiagem durante o desenvolvimento. Agora, novamente por causa da chuva, os produtores estão tendo problemas com a colheita, que ainda está no início e com atraso.

A instabilidade climática está fazendo com que a estimativa de safra do país oscile consideravelmente. Inicialmente, a expectativa era que a Argentina colhesse 55 milhões de toneladas de soja, mas de acordo com algumas entidades públicas e privadas, a produção pode variar de 45 a 52 milhões de toneladas.

A Argentina é o terceiro maior exportador de soja (atrás de Brasil e Estados Unidos) e a quantidade colhida no país interfere diretamente nos preços. Neste momento, o Brasil é o único país com volume de soja disponível para atender o mercado mundial. Porém, a safra do país vizinho começa a ganhar o mercado nas próximas semanas e, como a maior parte dos produtores argentinos ainda não comercializou sua produção, tende a pressionar os preços internacionais quando o produto for disponibilizado. “Vamos checar as reais condições das lavouras, já que a produção argentina é crucial para o mercado internacional”, explica Ferreira.

Após percorrer os dois países sul-americanos, a Expedição Safra segue para a Índia, mercado consumidor que se compara ao chinês, mas ainda é pouco acessado pelos principais produtores de soja e milho do mundo.

Brasil

Diagnóstico traçado pelo projeto e divulgado no final do mês de março, aponta que o Brasil tem potencial para produzir neste ciclo 185 milhões de toneladas de grãos, quase 11% a mais do que foi produzido na safra passada, quando o Brasil colheu 166 milhões de toneladas de grãos. A soja será o grande destaque da temporada com a produção de 81,6 milhões de toneladas. Já o milho de verão recupera produtividade após um ano de quebra e mantém a safra total nacional em níveis recordes.

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Fonte:
AI Expedição Safra

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