Soja: Por que os preços caem?, por Liones Severo
É da natureza dos mercados de compradores e consumidores a expectativa de que a oferta sempre será abundante e que os preços tem tendências baixistas. A recíproca é verdadeira. Os produtores acreditam que os preços sempre poderão subir, até porque precisam de melhores preços para remunerar e mitigar o risco de seu negócio, sendo a agricultura a de maior risco entre todas as demais atividades econômicas.
Segundo o mercado, ao produtor cabe a função de produzir e ofertar/oferecer seu produto para a venda no mercado. O produtor tem pouca influência em toda a abrangência na indústria dos mercado, porque embora seja o ponto de partida através do produto, fica muito restrito nessas relações, mesmo que a partir de seu produto movimente uma dinâmica de operações em muitos níveis que remunera os demais segmentos dessa indústria.
Como existe mais players para todos os demais segmentos, oferecendo negócios físicos, derivativos, especulativos, serviços, etc., os produtores ficam expostos ao assédio de todos os envolvidos na cadeia dessa indústria de negócios que precisa que o produtor seja um ofertante perene para movimentar esse motor, do qual o produtor é o único combustível através do produto, no caso a soja.
Este é o motivo maior que invariavelmente, quase todos os analistas, que são parte do negócio, afirmem persistentemente que os preços serão baixistas, se não conseguem justificar no mercado de valor presente, se recorrem ao mercado futuro, para tentar promover negócios para a indústria do negócio.
Embora o produtor seja o principal combustível dessa dinâmica de mercado, oferece pouca contribuição para os demais segmentos. A indústria dos negócios remuneram muitos segmentos, mas se os produtores não oferecem seu produto para o mercado, a cadeia tem escassa dinâmica de remuneração.
Devemos agregar a essas condições, os mercados competidores que disputam com o Brasil a primazia do domínio do mercado de alimentos. É perfeitamente perceptível que existe essa conveniência geopolítica para os demais países produtores de commodities agrícolas, assim como, nossos produtores também torcem para que não sejam tão fortes nessa competição.
Tem sido muito conveniente para a indústria do negócio, atribuir todo o seu crédito nos relatórios do USDA que normalmente oferece grandes vantagens de remuneração para todos os segmentos do mercado agrícola internacional. O relatório de ontem do USDA, é um bom exemplo, diminuíram as exportações de soja para oferecer mais soja para a industrialização e produzir o farelo de soja suficiente para atender os compromissos das vendas para a exportação e o suprimento do mercado interno americano. Para completar aumentaram as importações e soja (?), para acomodar temporariamente a pressão de escassez sobre o mercado interno norte-americano. De qualquer forma os números não fecham !
O resultado do relatório maquiado de ontem está perfeitamente demonstrado no desempenho do mercado na sessão de hoje da Bolsa de Chicago. Como existirá uma forte retração de vendas de soja física, esse movimento de baixa deve se esgotar no curto prazo.
2 comentários

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Americo yoshio nagano Canoinhas - SC
Kkkkkk.
Jose Donizete Camilo Boa Esperaça - PR
Bem,ja que o mercado definiu essa função ao agricultor seria interessante que esse mesmo mercado definisse mecanismos como por exemplo um pequeno percentual de seus lucros para um fundo que seria utilizado em epocas de preços baixos e de frustrações de safra,pois faça chuva ou faça sol o mercado tem seu lucro garantido,enquanto o agricultor tem que ficar pedindo esmola para o governo para pagar suas contas,muitas veses ficando sem recurso ate mesmo para as necessidades mais basicas.