Soja avança com expectativa de redução da safra dos EUA

Publicado em 11/09/2013 07:50 e atualizado em 11/09/2013 08:54

Os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (11). Por volta das 8h30 (horário de Brasília), as principais posições subiam entre 4,75 e 6 pontos. Apenas o contrato setembro/13, o mais negociado nesse momento, tentava se manter próximo da estabilidade e recuava 0,75 ponto, valendo US$ 14,03/bushel. 

Segundo analistas, essa movimentação pouco expressiva do mercado ainda se dá com a espera pelo novo reporte de oferta e demanda desta quinta-feira (12) do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Uma pesquisa feita pela agência internacional Bloomberg aponta para um projeção para a nova safra de soja do país em 85,13 milhões de toneladas, volume 3,7% menor do que o divulgado há um mês. 

Além disso, o clima adverso no Meio-Oeste americano também continua no foco do mercado internacional. Nos últimos 30 dias, os estados de Iowa e Illinois, os maiores produtores de grãos, tiveram chuvas de menos de 5% do normal, de acordo com a Serviço Nacional de Clima dos EUA. Os próximos 10 dias, segundo as previsões climáticas, também não mostram chuvas em volume suficiente para reverter o prejuízo causado pela seca. 

"Isso irá limitar a recuperação dos já muito apertados estoques de soja dos Estados Unidos e irá limitar também, portanto, um declínio nos preços da soja nos próximos meses", divulgou o banco Goldman Sachs em um relatório. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Mercado aguarda USDA e soja fecha próxima da estabilidade na CBOT

A soja fechou a sessão regular desta terça-feira (10) próxima da estabilidade, com o mercado tentanto definir uma direção e um posicionamento antes da divulgação do relatório de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta quinta-feira (12). Paralelamente, as incertezas climáticas no Meio-Oeste americano também trouxeram volatilidade aos negócios. 

"Estamos vivendo um momento de muita expectativa e sensibilidade do mercado a fatores climáticos e às dúvidas sobre quebra na safra americana é o que faz o mercado ser jogado de um lado para o outro", explica o economista Camillo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais. 

Frente a isso, a sessão desta terça foi marcada por uma "tensão pré-relatório", o que fez com que, ao final dos negócios, as principais posições da soja terminassem o dia com perdas de menos de 1 ponto, após um pregão de bastante volatilidade. 

Assim, o mercado espera com muita ansiedade por esses números que serão divulgados pelo departamento norte-americano. As expectativas são de que os números de produção e produtividade, bem como os de estoques finais de soja, venham menores do que os reportados no boletim de agosto, uma vez que a falta de chuvas no Corn Belt, a qual já se estende por mais de um mês, vem castigando duramente as lavouras e reduzindo seus rendimentos.

Ao mesmo tempo, a proximidade da colheita também exerce uma pressão sazonal sobre as cotações à medida que crescem as expectativas sobre a entrada de um novo produto no mercado.  "Há alguns ajustes de posições à espera desse relatório do USDA, mas principalmente o mercado sente a pressão sazonal da colheita, com a chegada de novo produto", diz Steve Cachia, analista da Cerealpar. 

Mercado Brasileiro - No mercado interno, os preços sentem o recuo das cotações em Chicago, porém, o impacyo não é tão severo. A disponibilidade de produto já não é tão grande e a demanda segue aquecida, o que oferece alguma sustentação aos valores. 

"O produtor tem se retraído bastante e algumas multinacionais, exportadores e até importadores e indústria que precisam de um abastecimento no curto prazo estão mantendo os preços relativamente altos", afirma Motter. "Ainda há muita dúvida climática no Meio-Oeste americano, as perdas já são concretas, esses dados do USDA serão muito importantes para o redirecionamento para os preços, mas acho que ainda teremos bons momentos pela frente em razão da quebra da safra norte-americana, com chuvas muito esparsas nos últimos dias, principalmente em Iowa, Illinois e Minnesota", completa. 

Milho - Na contramão da soja, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago encerraram a terça-feira em campo misto. Segundo analistas, o mercado tentou se recuperar depois das baixas de ontem, também tentanto encontrar um posicionamento melhor antes do reporte dos novos números do USDA. 

Assim como para a soja, a expectativa dos analistas é de que as estimativas para a produção do cereal sejam revistas e reduzidas em função da estiagem, mesmo que os danos para a cultura tenham sido mais amenos do que os registrados pela soja. No entanto, ainda se espera uma produção recorde nos EUA. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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