Produtores argentinos guardam mais soja como proteção contra inflação
Produtores argentinos estão acumulando mais soja nesta safra do que nos anos anteriores, ameaçando a reduzir valiosa a receita gerada no país pelas taxas de exportação. A soja se tornou uma unidade preferencial para poupar capital diante de uma economia prejudicada pela inflação de dois dígitos. É o que mostra matéria publicada hoje pela Reuters.
Os produtores estão fazendo estoques maiores em suas fazendas, e estão vendendo apenas 70% desta safra até agora. Na safra passada, 85% da produção foi vendida, segundo o analista argentino Leandro Pierbattisti. "Eles preferem guardar a soja, que é sinônimo de proteção contra a inflação", afirma. A Argentina é hoje o terceiro maior exportador mundial da oleaginosa.
Fontes do mercado confirmaram esta tendência. Um trader da Argentina que não quis se identificar informou que os argentinos venderam apenas 68% de sua produção este ano, enquanto a média de exportações para o período foi de 78% nos últimos cinco anos.
O economista agrícola Manuel Alvarado Ledesma estima que os produtores irão estocar 28% de sua safra de 2012/13, ou seja, 17 milhões de toneladas de soja, no valor de 7 bilhões de dólares, dos quais o governo ficaria com 2,4 bilhões, na forma de impostos de exportação.
As taxas derivadas das exportações de soja são uma importante fonte de renda para a Argentina. Privar o governo de renda não é um problema para os produtores, que há muito tempo se opõem às políticas intervencionistas da presidente. Eles se queixam de sua falta de metas contra a inflação, do imposto de exportação de 35% que ela colocou sobre a soja e os freios de exportação que ela coloca sobre o trigo e milho para garantir o abastecimento dos estoques nacionais.
Com informações da reuters.com.
Tradução: Fernanda Bellei