Grãos: Mercado tenta se manter próximo da estabilidade nesta 5ª

Publicado em 24/10/2013 07:02

O mercado internacional da soja opera próximo da estabilidade nesta quinta-feira (24), após registrar boas altas na sessão anterior. No pregão eletrônico da Bolsa de Chicago, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os ganhos dos principais vencimentos variavam entre 3 e 4 pontos. O milho também tenta encontrar uma direção e trabalha em capo misto, enquanto o trigo registra ligeiros ganhos. 

Na soja, as cotações encontram suporte, principalmente, na demanda mundial muito firme pelo produto norte-americano e em um movimento de retenção de venda por parte dos produtores dos Estados Unidos. Os sojicultores seguram seu produto à espera de melhores momentos para comercializar, atitude que tem aquecido o mercado interno nos EUA, que vem registrando prêmios bastante elevados nos portos locais. 

O quadro climático no Corn Belt também favorece o avanço do mercado, uma vez que neva em alguns estados do cinturão, prejudicando o avanço da colheita e oferecendo risco à produtividade tanto da soja quanto do milho. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Demanda é muito forte e mercado fecha com bons ganhos

A demanda mundial extremamente aquecida deu mais um dia de fechamento positivo para a soja no mercado internacional. Durante toda a sessão regular desta quarta-feira (23), os futuros da oleaginosa operaram do lado positivo da tabela, registraram ganhos de dois dígitos ao longo do dia e encerraram os negócios com os primeiros vencimentos acima dos US$ 13,00 por bushel. 

Para o analista de mercado do SIM Consult, Mauricio Correa, nesse ritmo, o contrato novembro/13 se movimenta agora para buscar os US$ 13,20/bushel e então continuar subindo. "O mercado está firme no caminho pela busca dos US$ 13,20 e caso os números de exportações semanais a serem divulgados nesta quinta-feira (24) pelo USDA venham fortes, o mercado deverá tentar buscar os US$ 13,75. Estou confiante em um período forte para os preços", disse.

Na última segunda-feira (21), o USDA já divulgou seus números para os embarques para exportação dos grãos e reportou números de mais de 1 milhão de toneladas, o que confirma a demanda bastante firme pelo produto norte-americano. Além disso, nesta quarta, o departamento informou a venda de 120 mil toneladas de soja para a Rússia, com entrega prevista para a safra 2013/14. 

Frente a essa demanda e a uma retenção de produto por parte dos sojicultores norte-americanos, o mercado físico norte-americano também está bastante aquecido, com prêmios muito altos. Os produtores dos EUA vêem nesse cenário de pouca oferta disponível um momento favorável para segurar sua soja e garantir, mais adiante, preços mais altos. No Brasil, o quadro se repete e os prêmios nos portos brasileiros também são muito positivos, com US$ 2,60 acima do valor de Chicago para novembro. Os números refletem, portanto, assim como nos EUA, os produtores deixando de vender sua soja à espera de valores mais remuneradores. 

Segundo explicou o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, o avanço da colheita americana também tira a pressão dos preços e isso que faz com que os produtores dos EUA evitem vender a soja. "Sem ser a produção americana, a única oferta disponível deverá ser a brasileira, entrando no mercado somente em meados de fevereiro. Com a colheita se encaminhando para o fim nos EUA, as negociações ficam mais delicadas e os americanos buscam um melhor momento para vender", explicou. 

O clima nos Estados Unidos também foi, nesta quarta-feira, um fator altista para as cotações. Em estados como Iowa, Illinois e Indiana já foi registrada a incidência de neve, condições que comprometem o bom andamento da colheita de grãos da nova safra norte-americana. Além disso, o frio intenso poderiam ainda prejudicar a produtividade nos EUA. Alguns analistas e agrônomos afirmam que a neve poderia fazer com que houvesse um travamento das vagens e com o toque das máquinas na colheita elas poderiam se abrir e fazer com que alguns grãos fossem perdidos, comprometendo, assim, o rendimento das lavouras. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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