CBOT: Soja tem mais um dia de baixa, mas recuo deve ser temporário

Publicado em 13/12/2013 11:38

A sexta-feira (13) é mais um dia negativo para o mercado internacional da soja. As cotações da commodity negociadas na Bolsa de Chicago perdiam, por volta de 12h (horário de Brasília) mais de 10 pontos. Analistas, no entanto, afirmam que esse recuo não passa de um movimento curto e pontual. 

Os recentes rumores de que a China poderia cancelar algumas compras de soja nos Estados Unidos e recomprar os volumes na América do Sul, principalmente no Brasil, pesam sobre os negócios. No entanto, os boatos ainda não são confirmados e devem logo perder a força que exercem no mercado, de acordo com analistas. 

"Isso tem sido uma praxe, todo ano há essa sinalização de cancelamento de compras para interferir em Chicago (...) Os chineses são muito hábeis, fizeram boas compras para garantir suas posições. Mas agora o país pode observar para  ver se garante suas compras ou se vai buscar um produto mais acessível em termos de preços, provavelmente aqui na América do Sul", explicou Leonardo Mussury, analista de mercado da Bocchi Adminsitradora de Negócios. 

O analista afirma ainda que uma maior aversão ao risco no mercado financeiro faz com que os investidores deixem suas posições em commodities, que são ativos mais arriscados, migrando para outros mais seguros, como o dólar, por exemplo, e isso também pesa sobre os preços. Paralemante, a venda de posições por parte dos fundos para garantir resultados positivos para seus investidores também estimulam as realizações de lucros e pressionam as cotações. 

Apesar disso, Mussury vê esse movimento negativo dos preços sem muita força e acredita que os principais vencimentos devem se manter acima dos US$ 13 por bushel. Para isso, acredita que os principais fatores de suporte para o mercado são a demanda mundial extremamente aquecida e a escassez de soja nos Estados Unidos. 

"Em 10 anos, a China fez uma evolução de compras de perto de 200% e toda a vez que existe uma disponibilidade maior de soja, o país entra com mais agressividade nas compras e ela vai continuar comprando (...) O mercado para a soja, principalmente sobre a demanda, é muito confiante em termos de preços", diz. 

Outro fator que sustenta os valores, de acordo com o analista, são os produtores, tanto nos Estados Unidos, quanto na América do Sul, mais capitalizados, podendo segurar sua safra à espera de momentos mais oportunos para efetivar suas vendas. Dessa forma, ele é capaz de reduzir a pressão de oferta e contribuir para a base de sustentação das cotações também no mercado futuro. "Isso tem um peso muito importante na formação do preço (...) No momento em que ele está vivendo, que é muito bom, o produtor consegue hoje interferir no volume de soja ofertado no mercado, e isso também pode ser uma variável importante na formação do preço. Por isso, eu não acredito que o produtor venha a fazer fixações com um bushel abaixo de US$ 13", explica. 

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Preços da soja retomam fôlego e fecham 4ª em alta na Bolsa de Chicago, acompanhando o óleo
Preços da soja voltam a subir em Chicago nesta 4ª feira, acompanhando retomada do óleo
Soja: Preços têm leves baixas em Chicago nesta 4ª, dando sequência às perdas da sessão anterior
Em Chicago, óleo despenca mais de 3% e pressiona ainda mais preços da soja nesta 3ª feira
Anec faz leve ajuste na exportação de soja do país em abril, que deve cair ante 2023