Na Bloomberg: ADM que dobrar frota de cargueiros para exportar grãos do Brasil

Publicado em 19/12/2013 14:30 e atualizado em 19/12/2013 15:13

A maior exportadora de farelo de soja do Brasil, Archer Daniels Midland Co. (ADM), pretende dobrar o tamanho de sua frota sul-americana de cargueiros para aumentar as exportações de grãos a partir de um novo porto, informou hoje (19) a Bloomberg.

Os novos cargueiros devem transportar principalmente soja e milho por rio, para o porto da ADM em Belém – PA, informou Matthew J. Jansen, presidente da unidade de oleaginosa da empresa. A ADM pretende aumentar seus volumes anuais em Belém para 6 milhões de toneladas em cinco anos, saindo de 1 milhão de toneladas em 2014. 

“Grandes volumes (de grãos) no Brasil são transportados por caminhões a longas distâncias”, disse Jansen. “Quando você pode acessar cargueiros e rios, você tem uma alternativa mais barata para exportar seus produtos”. 

A ADM está tentando evitar a repetição de um congestionamento em portos que aconteceu no início deste ano no Brasil, causando atrasos recordes no embarque de milho e soja. O novo porto e cargueiros também são parte de seus esforços para se expandir fora dos Estados Unidos. ADM está expandindo a compra de grão e suas redes de exportação na América do Sul e no Leste Europeu para aumentar as vendas para a Ásia e outros mercados em desenvolvimento.

Canal do Panamá
A ADM possui ou aluga aproximadamente 2.400 cargueiros no mundo todo, conforme informa seu site. Atualmente, possui 260 unidades na América do Sul. 

O porto em Belém, que a ADM comprou em 2012, irá ajudar a empresa a alcançar nossos clientes usando o Canal do Panamá. Essa também é vista como uma saída alternativa para as safras de Mato Grosso e outros estados brasileiros que, geralmente, seguem para os portos ao sul do país, como Santos e Paranaguá. 

A empresa também pretende replicar a rede de cargueiros que já possui em outras partes da América do Sul, ao longo dos rios ao Norte do Brasil, para alimentar Belém, ao passo que as safras se expandem. 

“Estamos esperando volumes maiores chegando nos portos, se a produção continuar crescendo como esperamos”, afirmou Jansen.

Estoques maiores
“Um dos maiores desafios que o Brasil enfrenta é que geralmente, todos os seus produtos, de soja, farelo de soja ou milho, chegam aos portos ao mesmo tempo”, explica Jansen. “É quando começam os problemas e os atrasos”.

Enquanto os cargueiros são uma prioridade de investimento na região, a ADM também pretende melhorar o armazenamento e infraestrutura para transportar os grãos para o norte do país.  A empresa está trabalhando para aumentar a eficiência de seu porto em Santos e melhorar as estruturas de armazenamento no interior do país.     

Informações: Bloomberg

Tradução: Fernanda Bellei

Leia mais sobre a estrutura portuária na região de Belém:

Brasil irá dispor de novo porto de mar em Belém, no Amazonas, para exportar soja

As autoridades portuárias do Brasil estão estudando a construção de um novo porto na região do Amazonas que passaria a ser a principal porta de saída da soja produzida no país, noticiou sábado o jornal Folha de São Paulo.

O porto do Outeiro, a ser construído perto de Belém, a maior cidade da região amazônica do Brasil, terá uma capacidade inicial de 18 milhões de toneladas por ano, superando a capacidade de 16,8 milhões de toneladas do porto de Santos e de 14,8 milhões de toneladas do porto de Paranaguá, ainda de acordo com o Folha de São Paulo.

O Folha de São Paulo informou também que o leilão para a venda do direito de construir e operar o porto, cuja primeira fase terá um custo estimado em 660 milhões de reais (382 milhões de dólares), deverá ser realizado ainda este ano, a fim de que o porto possa começar a funcionar em 2014.

O porto apresentaria vantagens em termos de custos de transporte para os produtores dos estados brasileiros de Mato Grosso, Goiás, Pará, Tocantins e Maranhão e as regiões do Cerrado, Amazonas e Nordeste.

Os agricultores brasileiros têm de pagar 85 dólares a tonelada para colocar a soja no mercado ou no porto de embarque contra os 20 dólares que custa na Argentina ou nos Estados Unidos da América.

Não obstante esta desvantagem, o Brasil é atualmente o segundo maior exportador mundial de soja devendo ultrapassar os EUA este ano, colhendo anualmente 70 milhões de toneladas de soja.

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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