Soja: mercado tem ligeiro recuo, mas ainda opera sem tendência

Publicado em 08/01/2014 12:08

Os baixos estoques e fortes exportações de soja dos Estados Unidos, o clima na América do Sul e mais as perspectivas sobre a safra sulamericana são os fatores que têm exercido influência sobre os negócios no mercado internacional. Nesta semana, especificamente, a espera pelos dois relatórios que serão divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira (10) completam o quadro de informações que direcionam os investidores na Bolsa de Chicago. 

No entanto, diante de tantas notícias, algumas do lado positivo, outro do negativo, o mercado parece continuar a procura de uma definição para o rumo das negociações e, nesta quarta-feira (8), registra mais um dia estabilidade, sem exibir oscilações muito expressivas. O mesmo movimento se repete nos mercados do milho e do trigo. 

Nos Estados Unidos, o cenário já é conhecido. Os estoques de soja estão em níveis críticos, mas a demanda pelo produto norte-americano, que nesse momento é o único disponível, continua muito aquecida. Ontem, a China comprou 350 mil toneladas de soja dos EUA e hoje já foi anunciada a venda de mais 115 mil toneladas para a nação asiática. Assim, o volume estimado pelo USDA para as exportações do país de 40,150 milhões de toneladas é superado dia a dia. 

"No início desse ano foram mostrados dados muito agudos sobre as exportações norte-americanas. Esse é o melhor ritmo da história, eles nunca tão rapidamente um volume tão grande quanto nesta temporada. A meta já foi ultrapassada. Os embarques continuam comedidos, com 25,1 milhões já embarcadas contra 22,3 milhões de toneladas do ano passado", explica Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora de Cereais. 

Na América do Sul, as incertezas continuam já que o bom desenvolvimento das lavouras depende das condições climáticas. No final do ano passado e início de 2014, tanto Brasil como Argentina sofreram com a falta de chuvas em algumas regiões, porém, as precipitações chegaram em certas localidades, amenizando as preocupações.

Entretanto, em locais como Mato Grosso do Sul, noroeste do Paraná e outros, as chuvas chegam localizadas, irregulares e com pouco volume, sendo insuficientes para reverter danos já causados pelo calor intenso e faltade umidade. "Os relatos de campo já relatam algumas perdas, então, aquela safra cheia, excepcional, não está mais configurada. No entanto, esses percalços climáticos serão compensados pela alta tecnologia empregada pelos produtores", explica Motter. 

Assim, o economista acredita que com a chegada dessa produção, o mercado poderia passar por uma queda mais acentuada de preços. Entretanto, diz ainda que "o mercado adotou uma nova postura, que é a de pagar para ver. Mantém-se um prêmio climático até a confirmação da safra, e depois a tendência é de alguma queda". 

No link abaixo, confira a íntegra da entrevista de Camilo Motter:

>> Camilo Motter - Mercado de Grãos

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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