Soja inicia a semana com forte alta na Bolsa de Chicago

Publicado em 24/02/2014 08:25

O suporte da demanda e das incertezas sobre a safra da América do Sul continuam presentes no mercado e os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago iniciam a semana operando com forte alta nesta segunda-feira (24). Por volta das 8h (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam mais de 11 pontos. 

No Brasil, a seca ainda preocupa e as lavouras seguem sofrendo perdas de produtividade. Este ano, foi registrado o janeiro mais seco em 60 anos e prejudica também outras culturas como o milho, cana-de-açúcar e café. 

Ao mesmo tempo, o excesso de chuvas já compromete a qualidade da soja que vem sendo colhida no Mato Grosso, além de atrasar os trabalhos de campo e, consequentemente, a entrada dessa oferta no mercado mundial, o que também acaba se tornando um fator positivo para os preços. 

A falta de produto nos Estados Unidos e a demanda ainda muito aquecida complementa o quadro positivo para as cotações da oleaginosa. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seus números sobre os embarques do país e, até a última semana, o volume já passava de 34 milhões de toneladas. 

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (21):

Com ajustada relação de oferta e demanda, soja fecha com forte alta

A soja fechou a sessão regular desta sexta-feira (21) com fortes altas na Bolsa de Chicago. O mercado seguiu refletindo o apertado quadro de oferta e demanda e, depois de um pregão volátil, no meio da tarde os preços voltaram a subir e encerraram o dia com ganhos de mais de 10 pontos. O contrato agosto já se aproxima dos US$ 13, fechou subindo 18 pontos e cotado a US$ 12,99 por bushel. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou, nesta sexta, novos números das exportações semanais que confirmam a continuidade da força e da intensidade da procura global pela oleaginosa norte-americana. Entre as safras 2013/14 e 2014/15, foram vendidas 835,4 mil toneladas na semana que terminou no dia 13 de fevereiro. O número ficou acima das expectativas do mercado, que apostavam em um volume de até 600 mil toneladas. 

As exportações da safra corrente foram de 86,3 mil toneladas, elevando o total acumulado no ano comercial a 43,2 milhões de toneladas, contra a última projeção do USDA para toda a temporada de 41,1 milhões de toneladas. 

Segundo analistas, esses dados ajustam ainda mais a relação global entre a oferta e o consumo de soja e esse tem sido o principal fator de suporte para as cotações. Aliado a isso, o cenário da safra brasileiro também continua na atenção e no foco dos investidores. 

Enquanto alguns estados amargam severos prejuízos de produção por conta do clima seco, no Mato Grosso a colheita não caminha como deveria em função do excesso de chuvas, o que atrasa a entrada da oferta no mercado da produção do principal estado brasileiro na produação da oleaginosa. Além disso, a safra do estado também começa a ter sua qualidade prejudicada, com os grãos perdendo peso e começando a arder. 

O sentimento do mercado frente às perdas registradas no Brasil, que já é estimada por algumas consultorias de até 5 milhões da safra, é de que o aperto da oferta será ainda mais severo e, por conta disso, como explicam os analistas, faz com que a tendência positiva para os preços se mantenha. 

No Brasil, a semana foi positiva para o mercado da soja. Os preços acompanharam esses bons momentos registrados em Chicago e refletiram também os vendedores um pouco mais retraídos frente à melhores oportunidades de comercialização mais á frente. Nas principais praças de comercialização, os ganhos no preço da saca de soja foram de R$ 0,50 a R$ 1,00. No Porto de Rio Grande, a soja fechou a semana valendo R$ 72,80 e, no de Paranaguá, R$ 72,00. 

Segundo um levantamento da Safras & Mercado, a colheita da safra da brasileira já alcançou 31% da área cultivada até o último dia 21 de fevereiro. No ano passado, nesse mesmo período, esse índice era de 28% e a média para o período é de 18%.  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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