Soja: Em dia volátil, cotações perdem força e encerram no vermelho em Chicago
As cotações da soja na Bolsa de Chicago fecharam a quinta-feira (27) em baixa depois de atingirem níveis acima de US$14,00/bushel nos primeiros vencimentos ( março e maio) com um movimento de realização de lucros considerado normal e necessário pelos analistas após o mercado ter registrado cinco sessões consecutivas de ganhos. O contrato Maio/14, no melhor momento da sessão , atingiu US$ 14,45/bushel , 50 pontos de alta em relação ao preço de abertura. Diante dos fortes ganhos, houve uma corrida para embolsar os lucros em um dia atípico para os negócios, onde preponderou o movimento financeiro. Segundo Liones Severo, consultor do SIMConsulte, as ordens de venda foram acionadas automaticamente e num curto espaço de tempo, mais de 10 mil contratos foram liquidados, contaminando inclusive, outros mercados como de farelo, milho e trigo.
No entanto, para as próximas sessões a expectativa é de que os fundamentos voltem a prevalecer.
Pela manhã , alta forte em Chicago
A valorização registrada no início dos negócios do pregão regular foi motivada pela restrição da oferta imediata, com forte disputa pela soja norte-americana. O USDA confirmou na manhã desta quinta-feira(27) a venda de 112.000 toneladas de soja em grão para a China, com entrega prevista na temporada comercial 2013/14.
Além disso, o Departamento anunciou também as exportações semanais líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2013/14, que ficaram em 327.700 toneladas na semana encerrada em 20 de fevereiro. No período anterior, o total havia sido de 86.300 toneladas. O principal comprador foi a China, com 287.800 mil toneladas. O que mostra que as vendas do produto norte-americano continuam muita aquecidas num período em que os negócios já deveriam estar focados na América do Sul e principalmente, diante de um cenário de escassez de produto nos EUA.
Os operadores não levaram em conta as exportações semanais referentes à temporada 2014/15, que ficaram em 315.200 toneladas na semana encerrada em 20 de fevereiro, bem abaixo do volume registrado na semana anterior que foi de 749.100 toneladas.
Vale destacar que a demanda forte pelo produto norte-americano que já vinha sendo precificada, voltou a receber atenção dos operadores.
Além disso, o mercado encontrou sustentação também na restrição de oferta na América do Sul em função do clima. Além das perdas pela estiagem, o excesso de chuvas começa a atrasar os trabalhos de colheita e pode prejudicar a safra do Mato Grosso, principal estado produtor do Brasil.
No período da tarde, realização de lucros
Apesar do quadro positivo para a alta dos preços, as cotações recuaram no final do dia, com fundos e especuladores procurando embolsar parte dos lucros acumulados recentemente. Os contratos da soja em grão com entrega em maio caíram 7 pontos, fechando a US$ 13,90 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 13,66 / bushel, baixa de 6,50 centavos. Nos derivados, a posição maio do farelo caiu US$ 2,10 por tonelada, negociada a US$ 451,60 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 41,15 centavos de dólar, com perda de 0,31 centavo por libra-peso.
A movimentação dos preços no mercado internacional não estimulou muito as vendas aqui no Brasil. Os preços da soja oscilaram entre estáveis e mais baixos. A volatilidade de Chicago e a queda do dólar afastaram os produtores do mercado, tornando a comercialização bastante lenta.
Segundo levantamento da Safras& Mercado, no porto de Rio Grande, as cotações caíram de R$ 75,50 para R$ 74,50. Em Paranaguá (PR), a cotação caiu de R$ 73,00 para R$ 72,00 por saca.
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