Soja fecha em leve baixa na CBOT à espera dos números do USDA

Publicado em 27/03/2014 18:12

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a sessão desta quinta-feira (27) com pequenas perdas. Os vencimentos mais negociados recuaram de 1,25 a 3,50 pontos, mas, ainda assim, as primeiras posições encerraram o dia acima dos US$ 14 por bushel. 

O pregão foi marcado por uma intensa volatilidade, chegou a registrar algumas altas, mas logo passou a realizar lucros. O mercado segue sem direção, e deve fechar a semana operando de lado, à espera do reporte que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima segunda-feira, 31 de março. 

Ainda assim, o mercado internacional segue firme. A base dos preços está consolidada nos fundamentos positivos. "O preço internacional segue muito bem sustentado pelo fator recorrente que é a perspectiva de baixos estoques nos EUA e forte demanda chinesa", explicou Camilo Motter, analista de mercado e economista da corretora Granoeste. 

Dessa forma, as análises gráficas, baseadas no movimento comportamental do mercado e em alguns padrões de comportamento, também indicam uma tendência de alta para a soja. Segundo explicou Antônio Domiciano, da SmartQuant, o objetivo do primeiro vencimento, maio/14, é agora romper a resistência dos US$ 14,60 por bushel e, se consolidando acima desse patamar, buscar os US$ 15,25. 

As expectativas do mercado para os  estoques trimestrais de soja em 1º de março que serão divulgados têm variado entre 26,9 milhões a 27 milhões de toneladas, o menor volume em uma década. Em 2013, nessa mesma época, os estoques foram de 27,2 milhões e, nos últimos anos, algo entre 30 e 32 milhões de toneladas. "Qualquer número abaixo dessas expectativas pode despertar uma onda de compras muito forte", diz Motter. 

Milho: Em Chicago, preços fecham em alta frente à demanda forte nos EUA

Por Fernanda Custódio

Após três sessões consecutivas em baixa, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia em alta. As principais posições da commodity fecharam o pregão com ganhos entre 4,00 e 7,50 pontos. O vencimento maio/14 era comercializado a US$ 4,92 por bushel.

Para o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, os fundamentos do mercado são positivos e a tendência é de firmeza para os preços. Em Chicago, as cotações têm operado entre os patamares de US$ 4,80 e US$ 5,00 por bushel. 

A demanda pelo produto norte-americano permanece aquecida e, nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as exportações de milho em 1.408.300 toneladas, na semana encerrada no dia 20 de março. O número representa um crescimento de 89% frente ao divulgado na última semana, de 745.800 toneladas.

Além disso, outras origens como Brasil e Argentina as vendas do cereal estão em ritmo lento. “Os produtores brasileiros não estão negociando e no país vizinho, os agricultores não negociam devido a problemas internos e cambiais”, explica o consultor.  

Por outro lado, as cotações do cereal devem se manter em patamares firmes para não perder área para a soja e também para o algodão na safra 2014/15 norte-americana. O mercado especula que haja uma redução de pelo menos 3% na área da próxima temporada. Os números oficiais serão anunciados pelo USDA na próxima segunda-feira (31).

O departamento também irá divulgar os números dos estoques trimestrais no país. “No caso da soja, se os números de estoques vierem baixos, os preços podem romper o patamar de resistência e, consequentemente, essa situação pode puxar as cotações futuras do milho”, relata.

Para completar o cenário, os investidores ainda observam as previsões climáticas para os Estados Unidos, já que o clima pode afetar o desenvolvimento da próxima safra no país. Para a próxima semana, as previsões indicam tempo mais quente em importantes regiões produtoras, mas, por enquanto, o clima ainda é frio e no solo as temperaturas são baixas.

BMF&Bovespa 

Os futuros do milho na BMF&Bovespa trabalham em baixa nesta quinta-feira (27). Ainda na visão do consultor, a evolução da colheita, principalmente em Minas Gerais e São Paulo, importantes regiões produtores pesam sobre os preços. “Temos a queda no dólar e a entrada da safra no mercado, que promovem essa baixa nas cotações”, afirma.

Frente a esse cenário, as negociações no mercado brasileiro estão travadas. De acordo com a cooperativa Coopavel, no Paraná, os preços da saca do cereal no mercado disponível recuaram de R$ 24,00 na semana anterior, para R$ 22,80 nesta quinta-feira. A queda nos valores é decorrente da falta de compradores no mercado e, somente, os produtores que precisam estão negociando a safra.

Ainda assim, o consultor destaca que esse movimento é sazonal. “Esse ano teremos preços mais firmes aos produtores rurais, com oportunidades de vendas favoráveis. No entanto, o agricultor deve fazer as contas e não deixar para negociar no grosso da colheita da safrinha, em agosto, onde também teremos aumento nos fretes”, orienta Fernandes.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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