Soja: Mercado fecha em alta expressiva com demanda aquecida

Publicado em 08/05/2014 18:00

As cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a subir no pregão desta quinta-feira (8). Os preços exibiram altas expressivas, após três sessões em queda. As principais posições da commodity registraram altas entre 8,25 e 23,25 pontos. O contrato julho/14 fechou o dia cotado a US$ 14,69 por bushel.

Frente aos fundamentos já conhecidos pelo mercado, a confirmação de que a China retornou às compras, foi o principal fator que impulsionou as cotações da oleaginosa, segundo explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. Nesta quinta-feira, a Administração Geral das Alfândegas no país informou que as importações da soja totalizaram 6,5 milhões de toneladas somente no mês de abril. O volume é superior ao registrado no mês de março, de 4,6 milhões de toneladas.

Ainda de acordo com a administração, nos primeiros quatro meses do ano, os embarques de soja para a nação asiática aumentaram cerca de 41%, em comparação com o mesmo período do ano passado, somando 22 milhões de toneladas. No último pregão, os rumores de uma possível redução na demanda chinesa contribuíram para pressionar os futuros da commodity em Chicago.

“No último mês, tanto no mercado brasileiro como no internacional havia rumores de que os chineses importariam menos e que a economia do país estava desacelerando. E os dados mostram que estão trabalhando de maneira calma, crescendo e não estão cancelando os contratos. A demanda interna no país segue muito forte e ninguém está observando o plantio da safra na China, que em algumas partes sofrem com a falta de chuvas”, destaca o consultor. 

Os números das vendas para exportação dos EUA também ajudaram para alavancar os preços da oleaginosa, na visão do consultor. Para a safra 2013/14, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas até dia 1º de maio em 40,8 mil toneladas, na semana anterior, o número ficou negativo em 16,4 mil toneladas. 

Já as vendas referentes à safra 2014/15, somaram no mesmo período, 14,2 mil toneladas. O percentual está bem abaixo do relatado anteriormente pelo órgão, de 79,9 milhões de toneladas. No acumulado do ano safra, com início em 1º de setembro, as exportações de soja dos EUA totalizam 44.634,1 milhões de toneladas, frente as 43 milhões de toneladas estimadas pelo departamento. 

“Essas informações também foram positivas para o mercado, pois na situação em que estavam vendendo a mais do que a projeção do USDA, o mercado esperava que os números das exportações da safra 2014/15 viessem próximos de zero. Volume projetado, de 40,8 mil toneladas, não é grande, mas aperta ainda mais o cenário norte-americano”, explica Brandalizze. 

Além disso, é preciso ressaltar que nesta sexta-feira (9), o USDA divulga novo boletim de oferta e demanda do mês de maio. A expectativa do mercado é que o departamento reporte um aumento nas importações e exportações dos EUA, no último boletim os números foram de 950 mil toneladas e 41,64 milhões de toneladas, respectivamente. 

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento nesta quinta-feira:

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Confira como fechou o mercado do milho nesta quinta-feira:

Milho: Mercado fecha com leves altas à espera do relatório do USDA

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho fecharam o pregão desta quinta-feira (8) com leves altas. Ao longo das negociações, os preços da commodity reverteram as perdas e encerraram o dia com ligeiros ganhos entre 2 e 3 pontos. O contrato julho/14 era cotado a US$ 5,16 por bushel. 

Na sessão desta quinta-feira, os investidores buscaram uma posição mais cautelosa frente ao novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será divulgado amanhã (9). A expectativa do mercado é que o órgão aponte um corte na projeção da safra norte-americana de milho para 345 milhões de toneladas, contra 354 milhões de toneladas colhidas na temporada anterior.

Os estoques finais de passagem da safra global 2013/14 também deverão ser revisados para baixo, em 157,8 milhões de toneladas. A projeção anterior era de 158 milhões de toneladas. Para a safra 2014/15, os estoques deverão ser reportados em 160,1 milhões de toneladas de milho. 

Para a safra brasileira, a estimativa é de 72,2 milhões de toneladas, projeção abaixo da realizada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), de 75,2 milhões de toneladas. Já a safra da Argentina deve ser indicada em 23,9 milhões de toneladas na safra 2013/14, número inferior da última estimativa do departamento, de 24 milhões de toneladas.

Além disso, durante essa semana, agências internacionais apontaram uma queda na produção da Ucrânia, em mais de 5,9 milhões de toneladas, ficando em 25 milhões d toneladas. As exportações do cereal ucraniano também devem recuar em torno de 3 milhões de toneladas, totalizando 17,4 milhões de toneladas.

Em contrapartida, os números das exportações de milho dos EUA até o dia 1º de maio ficaram abaixo do reportado na semana anterior. Para a safra 2013/14, o número baixou de 938,0 mil toneladas para 161,3 mil toneladas. Por outro lado, as vendas referentes à safra 2014/15, cresceram de 13,8 mil toneladas para 121,1 mil toneladas no mesmo período. 

O mercado também tem acompanhado a evolução do plantio nos EUA, que até o último dia 4 de maio foi projetada em 29% da área projetada, segundo dados do USDA. Segundo o analista de mercado da Jefferies, Stefan Tomkiw, a semeadura do grão tem evoluído no país, mas não é um avanço generalizado, já que algumas regiões do Meio-Oeste norte-americano enfrentam problemas com excesso de chuvas. 

Entretanto, em dois estados importantes na produção de milho, Iowa e Illinois, o cultivo do cereal já entrou na reta final. É preciso ressaltar que os produtores norte-americanos têm até o final do mês de maio para finalizar o plantio do grão. 

Do lado fundamental, os fatores são positivos ao mercado do cereal e as análises gráficas também indicam cenário altista aos preços. Segundo o analista de mercado da Smartquant Fundos Investimentos, Antônio Domiciano, aponta que o vencimento julho/14 pode ultrapassar o patamar de resistência de US$ 5,22 por bushel.

“Na semana passada, vimos os preços recuarem próximos de US$ 4,90 por bushel, mas rapidamente voltaram a subir. O mercado está em processo de alta e se romper os US$ 5,22, pode alcançar os US$ 5,60 por bushel. No entanto, caso esse rompimento não ocorra, o mercado pode continuar lateralizado e operar entre US$ 4,85 e US$ 5,20 por bushel, porém se romper os US$ 4,85 pode entrar em processo de queda e atingir os US$ 4,70 por bushel”, explica o analista. 

 

 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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