Soja sobe em Chicago com fortes exportações semanais dos EUA

Publicado em 26/06/2014 13:00

O mercado internacional da soja ampliou seus ganhos, principalmente nos primeiros vencimentos, nesta quinta-feira (26), depois da divulgação do boletim de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O reporte trouxe as exportações de soja da safra 2013/14 em 317,2 mil toneladas na semana que terminou no último dia 19 de junho. 

O número foi bem maior do que o registrado na semana anterior, de 97,9 mil toneladas e, com esse novo volume anunciado, o total acumulado no ano comercial sobe para 45, 475,4 milhões de toneladas, enquanto a última projeção do departamento para toda a temporada, que se encerra somente em 10 semanas, é de 43,55 milhões de toneladas. Os dados foram bem recebidos pelo mercado e, por volta de 12h30 (horário de Brasília), o contrato julho/14 subia 11,75 pontos. Ao longo da sessão regular, porém, as altas chegaram a superar os 15 pontos. 

Esse é o maior volume em mais de quatro semanas, segundo explica Vlamir Brandalizze, e aperta ainda mais o cenário de oferta e demanda nos Estados Unidos. "No quadro atual de exportações, se for transferido para o de oferta e demanda americana que o USDA apontou no início do mês, para se ter um estoque final em agosto de 3,4 milhões de toneladas, atualmente isso já seria impossível e os estoques finais chegariam a pouco mais de 1 milhão de toneladas, que é um volume muito pequeno e o sinal é de que aperto é grande nos Estados Unidos", disse o consultor da Brandalizze Consulting. 

Na próxima segunda-feira (30), o USDA traz um novo boletim e atualiza seus números sobre os estoques trimestrais dos EUA em 1º de junho. As expectativas do mercado para esse relatório é de uma boa redução dos números. Agências e consultorias internacionais apostam em algo entre 10,61 milhões de 10,34 milhões de toneladas e, caso esses números forem confirmados, os estoques norte-americanos seriam os menores em 37 anos. O banco Société Génerale, por sua vez, aposta em estoques ainda mais apertados, na casa das 9,55 milhões de toneladas. 

As especulações em torno desses números são bastante grandes nesse momento e, ao mesmo tempo em que os analistas apostam em uma boa redução dos estoques norte-americanos, o USDA poderia se mostrar um pouco mais conservador e não trazer mudanças tão expressivas. "O USDA não deve trazer nada de anormal por ter um nome a zelar. Esses são os dados mais importantes para a formação dos preços no mercado mundial e eu acredito que haverá uma confirmação de números baixos para a época e, automaticamente, para fechar o ano comercial, os Estados Unidos terão que comprar as posições que forem aparecendo na América do Sul e é por isso que estamos vendo os portos nos prêmios brasileiro crescendo", acredita Brandalizze. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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