Soja: Após perdas, mercado esboça reação nesta 5ª feira

Publicado em 03/07/2014 08:57

As principais posições da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam do lado positivo da tabela nesta quinta-feira (3). Por volta das 8h32 (horário de Brasília), os contratos da oleaginosa exibiam ganhos entre 3,25 e 7,00 pontos. O vencimento agosto/14 era cotado a US$ 13,19 por bushel, com alta de 5 pontos.

O mercado busca uma recuperação após as perdas acumuladas durante a semana. Nos últimos dias, os preços futuros da commodity foram pressionados pelos números dos estoques trimestrais, área plantada e condições das lavouras, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na segunda-feira (30). Nesta quinta-feira, o órgão traz novos números das exportações semanais dos EUA. 

Além disso, nesta quinta-feira as operações encerram mais cedo, às 14 horas (horário de Brasília), devido ao feriado do Dia da Inpendência nos EUA, comemorado na sexta-feira (4). 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Prêmios mantêm soja estável no Brasil, apesar de baixa em Chicago

Os futuros da soja fecharam a sessão desta quarta-feira (2) em queda na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos encerraram o dia com perdas que variavam entre 3,50 e 13 pontos e o contrato novembro/14, referência para a nova safra americana, ficou cotado em US$ 11,41, recuando 6,4 pontos. A mínima do pregão para essa posição foi de US$ 11,35 e, no melhor momento da sessão, o preço bateu nos US$ 11,52. O número de contratos negociados nessa posição caiu e no fechamento era de 81,998 mil. 

O recuo dos preços nesta sessão ainda foi reflexo dos últimos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na segunda-feira (30), já que pegaram o mercado e os traders de surpresa, provocando a liquidação de boa parte de suas posições. 

Por outro lado, ao mesmo tempo em que as cotações em Chicago registraram a terceira sessão consecutiva de perdas, os prêmios pagos para a soja nos principais portos brasileiros tentam compensar os valores para os produtores brasileiros. Para setembro, por exemplo, o prêmio no Porto de Paranaguá é, atualmente, de US$ 1,60 por bushel sobre o preço praticado em Chicago. Dessa forma, a soja para setembro/14, com o prêmio atual, já chega nos US$ 13,40/bushel. E demais vencimentos, como o julho e o agosto, também registram prêmios acima de US$ 1,00, e até mesmo o contrato março/15 mantém o tom positivo, com o valor de US$ 0,40 nesse momento. 

Em algumas praças no interior do país, a cotação da soja também registrou alguma valorização nesta quarta-feira. Em Ubiratã, por exemplo, a saca subiu 0,85%, para R$ 59,00; em Tangará da Serra/MT, a alta foi de 1,79% e o valor final do dia ficou em R$ 57,00. Em cidades como Luís Eduardo Magalhães/BA e São Gabriel do Oeste/MS, o mercado permaneceu estável, com a soja valendo R$ 58,00 por saca. 

No porto de Paranaguá, por outro lado, houve uma desvalorização de 0,71% e a saca de soja fechou o dia com R$ 70,00, já em Rio Grande, o recuo foi de 0,43%, com R$ 69,00/saca. 

À espera de preços mais atrativos, os produtores brasileiros tem evitado novas vendas, principalmente para a fixação de valores da nova safra, que são os vencimentos mais pressionados na Bolsa de Chicago. No curto prazo, há uma demanda ainda muito aquecida, tanto para exportação quanto interna, e o sojicultor opta, portanto, por aguardar melhores momentos de comercialização, movimento que justifica a alta dos prêmios nos portos, portanto. 

"O produtor brasileiro se preparou nesses últimos anos, com uma condição um pouco melhor, para segurar um pouco suas vendas e comercializar em alguns momentos que lhe tragam margem e isso ele está aproveitando nesse ano que tem sido lucrativo para todo o setor. Com isso, os prêmios estão com os maiores níveis em dois ou três anos, já batendo na casa dos US$ 2,00 para o vencimento setembro, indicativos que vão para os US$ 0,50, e mesmo assim não está tendo pressão de venda", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Demanda

Na última semana, o governo da China anunciou que, somente em 2014, o aumento no consumo e produção de ração no país será de 15%, elevando o consumo da alimentação animal em cerca de 25 milhões de toneladas. "A demanda existe e por isso os prêmios estão nos atuais níveis e, no ritmo em que estamos indo, podemos chegar a ter prêmios recordes nos portos brasileiros no segundo semestre, com vendas bem escalonadas", explica Brandalizze. 

Além das exportações, temos ainda a demanda interna, a qual parte, principalmente, da indústria. As esmagadoras têm aumentado o volume de soja processada, o que resultou, no último mês em exportações maiores de farelo e óleo de soja, em detrimento das vendas externas do grão. 

Em junho, as exportações de soja do Brasil somaram, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 6,89 milhões de toneladas, contra 7,609 milhões de maio, registrando uma baixa de 10%, aproximadamente. Porém, em uma correlação com o cenário industrial, as vendas externas de farelo e de óleo de soja aumentaram em 18 e 21%, respectivamente. 

"Isso significa dizer que o fator industrial está potencialmente aumentando o preço agregado ao produtor. As exportações estão menores no Brasil com as indústrias batendo cada vez mais na porta do produtor para garantir seu produto e o abastecimento no segundo semestre. Por isso, mercado industrial é o foco e o que vai demandar soja dos produtores", explica Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora. 

Preços para a nova safra

Justamente por conta desse cenário, que se funde com as expectativas de uma grande safra nova vinda dos Estados Unidos, e de preços ainda mais pressionados no longo prazo, as vendas da nova safra do Brasil também não tem sido expressivas. Os atuais preços praticados - na casa dos US$ 11,50 em Chicago para o vencimento maio/15 - não cobrem os custos de produção do sojicultor brasileiro e tampouco resultam em margens positivas. 

"A demanda para essa nova soja existe. Supondo que não aconteça nada com a safra americana e que tenhamos uma grande safra brasileira também, há espaço para um crescimento dessa demanda e cria um potencial de valores que gira de US$ 12,00 a US$ 13,50 em Chicago, pelo menos US$ 1,50 acima do que está sendo visto hoje", diz Vlamir Brandalizze. 

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Notícias Agrícolas

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