Soja: Frente às boas condições das lavouras nos EUA, mercado recua

Publicado em 03/09/2014 08:32

As cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam do lado negativo da tabela no pregão desta quarta-feira (3). Por volta das 8h32 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas entre 5,75 e 6,25. O contrato novembro/14 era cotado a US$ 10,26 por bushel, após ter encerrado a última sessão a US$ 10,32 por bushel.

O mercado recua depois dos ganhos exibidos no dia anterior. Na terça-feira, os rumores de possível aumento na demanda, em função dos preços em patamares mais baixos, impulsionaram as cotações da oleaginosa. Os prêmios em valores mais altos praticados no interior dos EUA também contribuíram para a formação do cenário.

Ainda assim, a perspectiva de safra recorde nos EUA dificulta um movimento de alta mais forte por parte dos preços. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportou nesta terça-feira, que cerca de 72% das lavouras de soja apresentam boas ou excelentes condições.

Na semana anterior, o índice era de 70%. Em relação à semana anterior, o volume de lavouras em situação regular passou de 23% para 22%. Enquanto que, o índice de lavouras da oleaginosa em condições ruins ou muito ruins caiu de 7% para 6%.

O órgão também informou que, em torno de 95% das lavouras de soja apresentam formação de vagens, contra 90% reportado na semana anterior e 95% da média dos últimos cinco anos. Os dados foram colhidos até o dia 31 de agosto.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira: 

Soja: Mercado tem dia de recuperação e fecha em alta em Chicago

No pregão desta terça-feira (2), as principais posições da soja registraram boas altas na Bolsa de Chicago (CBOT). Após as perdas observadas na semana anterior, o mercado voltou a subir e fechou o dia com ganhos entre 6,50 e 7,75 pontos. O vencimento novembro/14 era cotado a US$ 10,32 por bushel, com valorização de 0,83%.

Para o analista de mercado da FCStone, Glauco Monte, o mercado busca uma estabilização depois das quedas da semana passada. "Além disso, rumores de um possível aumento na demanda, não só da China, mas de outros mercados consumidores devido aos preços mais baixos também alavancaram as cotações", explica.

Outro fator que também contribuiu para a alta registrada no pregão desta terça-feira foram os valores dos prêmios nos EUA. O analista destaca que, com as cotações da soja em patamares mais baixos, os produtores norte-americanos estão segurando as vendas e, consequentemente houve uma valorização dos prêmios.

Até o momento, a previsão é que apenas 20% da safra norte-americana tenha sido negociada. Em contrapartida, a perspectiva de safra cheia nos EUA, ao redor de 103,85 milhões de toneladas de soja, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), permanece como fator limitante para ganhos mais expressivos nos preços futuros.

Segundo informações do site Farm Futures, áreas secas do Leste do Kansas que registravam stress foram contempladas com chuvas na última semana, cenário que deverá ajudar a estabilizar a classificação das culturas. Até a última semana, cerca de 70% das plantações exibiam boas ou condições excelentes. O órgão irá reportar novo boletim no final da tarde de hoje. 

Ainda assim, os participantes do mercado também observam as informações sobre a síndrome da morte súbita nas lavouras de soja, após relatos de produtores no Meio-Oeste do país.

E apesar do cenário atual de preços em patamares mais baixos, a demanda firme ainda pode ocasionar boas oportunidades de negociação aos produtores. “Frente a esse quadro, os produtores norte-americanos negociaram somente 20% da próxima safra até o momento. No próximo ano, os chineses podem adquirir até 80 milhões de toneladas de soja”, explica o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Embarques semanais 

Nesta terça-feira, o USDA divulgou que até o dia 28 de agosto os embarques semanais de soja totalizaram 37.381 mil toneladas. O número está bem abaixo do registrado na semana anterior, de 145.161 mil toneladas. No acumulado do ano safra, com início em 1º de setembro, os embarques somam 43.399,915 milhões de toneladas, contra 35.717,135 milhões de toneladas no ano safra anterior.

Mercado interno

Os analistas relatam que o volume da safra velha a ser negociada no Brasil é baixo, cenário contrário da safra nova, que até o momento, cerca de 8% a 10% foi comercializada antecipadamente. Frente ao aumento nos custos de produção, queda nos valores praticados em Chicago e no dólar, os agricultores estão mais cautelosos.

“Nos últimos anos a decisão de comercialização para os agricultores estava mais simples, mas não era o normal. Agora, terão que fazer as contas para dar continuidade às negociações”, orienta o analista de mercado do SIM Consult, Maurício Correa.

Segundo levantamento do Notícias Agrícolas, as cotações da soja no mercado interno permaneceram, em sua maioria, estáveis. Em Não-me-toque (RS), houve ligeira queda de 0,90%, com a saca cotada a R$ 55,00. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a desvalorização foi pouco maior, de 1,72% e a saca do grão terminou a terça-feira cotada a R$ 57,00. Na contramão desse cenário, a soja no Porto de Rio Grande registrou leve alta de 0,48%, com a soja cotada a R$ 63,30. 

Para entrega futura, em maio/15, a saca é cotada a R$ 57,00 no Porto de Paranaguá, mesmo valor do Porto de Rio Grande.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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