Soja: Mercado recua e atinge menor patamar dos últimos quatro anos

Publicado em 04/09/2014 18:15

Pelo segundo dia consecutivo, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão com quedas expressivas. Durante os negócios, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e fecharam a sessão com baixas entre 16,50 e 16,75 pontos. O contrato novembro/14 era cotado a US$ 10,03 por bushel, desvalorização de 1,64% em comparação com o fechamento anterior.

De acordo com informações do site internacional Farm Futures, os preços da oleaginosa alcançaram o menor patamar dos últimos quatro anos. Ao longo do dia, o novembro/14 chegou a US$ 10,01 por bushel, o mais baixo desde setembro de 2010. 

Em meio às condições climáticas favoráveis nos EUA, a perspectiva é de colheita recorde da soja na temporada 2014/15, fator que tem pressionado as cotações da soja em Chicago recentemente. As projeções indicam produção ao redor de 107 milhões de toneladas de soja na próxima safra. 

Em visita ao Meio-Oeste do país, a jornalista do Notícias Agrícolas, Carla Mendes, que no caso da oleaginosa a estimativa de produtividade  varia entre 56,7 a 68,05 sacas por hectare. Previsões bem acima do projetado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no último boletim de oferta e demanda, de 51,47 sacas por hectare.

"Os produtores norte-americanos relatam que o rendimento da soja só é confirmado no momento da colheita. Mas, por enquanto, podemos constatar que o clima permanece favorável, assim como, o índice de umidade no solo. Por enquanto, o clima não preocupa os produtores norte-americanos, nem as possíveis geadas precoces", afirma a jornalista.

Comercialização da safra nos EUA

Se de um lado os produtores estadunidenses comemoram a safra 2014/15, com bons índices de produtividade, a comercialização preocupa. Até o momento, em torno de 30% da soja já foi negociada antecipadamente, com preços médios de US$ 12,00 por bushel.

“Parte dos agricultores travou a soja no momento do plantio, frente à perspectiva de safra cheia na temporada 2014/15. E diante das cotações em patamares mais baixos, a expectativa é que os produtores permaneçam retraídos nas vendas”, destaca Carla.

Mercado interno

O dia também foi de queda para as cotações praticadas no mercado interno brasileiro. Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, as principais praças registraram perdas nesta quinta-feira. Em Cascavel (PR), o recuo foi de 1,79% e saca fechou o dia cotada a R$ 55,00. Em Jataí (GO), a queda foi de 1,72%, e a saca negociada a R$ 51,30. No Porto de Rio Grande, a queda foi de 2,38%, com a saca cotada a R$ 61,50.

Ainda assim, os analistas destacam que o volume da safra velha de soja a ser negociado n país é baixo. Já a comercialização da safra 2014/15 permanece mais lenta, em torno de 8% a 10% até o momento, situação inversa da registrada em anos anteriores. 

Na visão do consultor do SIM Consult, Liones Severo, o produto que aguarda para comercializar a soja da safra velha toma a atitude mais acertada nesse momento. “Embora os preços futuros não estejam reagindo, temos uma safra norte-americana grande, o mercado de Chicago está descolado do mercado real. Com isso, o mercado acaba perdendo a referência de preços. Nos EUA, temos um prêmio de US$ 3,50 a US$ 4,00 por bushel acima de Chicago e no Brasil, dependendo da praça, temos até US$ 3,50, acima do valor da bolsa”, destaca.

Além disso, o consultor destaca que apesar da queda nos preços em Chicago, as cotações ainda estão próximas de US$ 13,50 por bushel. “E no Brasil o prêmio continua positivo para a safra nova, então o produtor deve estabelecer um fluxo de produto, vender o prêmio em parcela e com as possíveis elevações em Chicago, fixar o preço. A demanda é crescente, e o produtor deverá ter rentabilidade na próxima safra”, acredita Severo.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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