Soja: Com semana volátil, mercado opera sem direção na CBOT

Publicado em 07/10/2014 13:38 e atualizado em 07/10/2014 14:12

Essa deve ser uma semana de intensa volatilidade para o mercado internacional de grãos. Na próxima sexta-feira (10), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda e a espera pelos números traz uma falta de direção aos preços. 

Assim, depois de iniciar o dia com uma ligeira realização de lucros, os futuros da soja voltaram a subir na sessão desta terça-feira (7) na Bolsa de Chicago. Por volta das 13h20 (horário de Brasília), as principais posições subiam entre 6 e 8 pontos, mas, mais cedo, registraram ganhos de dois dígitos. 

De um lado, ainda há condições de clima adverso nos Estados Unidos comprometendo o bom desenvolvimento da colheita. São chuvas excessivas e a possibilidade até mesmo da incidência de neve em alguns dos mais importantes estados produtores como Iowa e Minnesota impedindo o avanço dos trabalhos de campo. 

Por conta desse cenário, os preços da soja fecharam a sessão anterior com ganhos de mais de 30 pontos em Chicago. No entanto, apesar de o mercado ter a consciência de que as condiçõe atuais não são as ideais para esse estágio da safra, o mercado continua voltado às grandes expectativas para a colheita norte-americana. 

Uma pesquisa feita pela agência internacional Bloomberg mostrou uma projeção para a safra de soja dos Estados Unidos a ser reportada pelo USDA no relatório de sexta-feira em 108,64 milhões de toneladas, superando as 106,42 milhões estimadas pelo USDA no boletim de setembro. Sobre os estoques finais globais de soja, o levantamento indica 90,96 milhões de toneladas, contra a última estimativa do departamento norte-americano de 90,17 milhões. 

Segundo Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, caso esse clima excessivamente chuvoso e frio cause alguma perda na produção norte-americana, isso poderá ser compensado pelo aumento de produtividade que pôde ser observado na safra deste ano. 

"As lavouras conseguiram passar pelos períodos mais críticos com condições de clima perto do ideal. Assim, esse frio intenso não exerce uma pressão climática tão forte", diz o consultor. "Porém, o USDA pode ter que vir a reduzir seus números no relatório seguinte (novembro) contabilizando as perdas que podem ocorrer nas próximas semanas em função desse quadro climático", completa. 

O clima no Brasil também é uma preocupação para o mercado futuro norte-americano. Enquanto faltam chuvas suficientes para que possa haver um progresso significativo do plantio na região Centro-Oeste do país, no Sul, o excesso de precipitações também causa atraso na semeadura. 

De acordo com informações da MetSul Meteorologia, a chegada das chuvas no Centro-Oeste deve atrasar e bons volumes devem ser registrados somente a partir de novembro. Já para a região Sul, a previsão indica precipitações acima da média, atrasando, de fato, o plantio da oleaginosa. 

Em Sorriso, em Mato Grosso e Goiatuba/GO, por exemplo, os trabalhos de campo estão parados, com os produtores aguardando uma regularidade das chuvas para que possam dar continuidade ao plantio. No Paraná, o último levantamento do Deral mostra que 20% da área destinada à soja já foram semeados. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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