CBOT: Soja inicia semana operando em queda às vésperas de feriado nos EUA
O mercado da soja inicia a semana com preços recuando na Bolsa de Chicago. Nesta segunda-feira (24), por volta das 7h35 (horário de Brasília), as posições mais negociadas operavam com perdas de 8,25 a 9 pontos e o contrato maio/15, referência para a safra brasileira, vinha sendo cotado a US$ 10,43 por bushel.
Essa deve ser uma semana importante para o mercado internacional já que, na próxima quinta-feira (27) comemora-se o feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, dia que, sazonalmente, é importante para os preços e marca o andamento dos negócios, segundo analistas, já que representa a finalização da colheita da safra norte-americana e também o avanço do plantio na América do Sul.
Nesta segunda-feira, os investidores recebem ainda duas informações importantes do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sendo uma delas o boletim semanal de embarques do país e a outra, depois do fechamento do mercado, é o novo relatório de acompanhamento de safras do departamento, com os números da evolução da colheita até o último domingo (23).
Ainda de acordo com analistas, o mercado deverá estar atento ainda ao comportamento do clima na América do Sul e às chuvas que estão previstas para essa semana, principalmente para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, pondendo trazer algum alívio à áreas produtoras importantes.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (21):
Soja recupera força após semana volátil e fecha com altas de dois dígitos em Chicago
Depois de uma pregão de bastante volatilidade, os preços da soja retomaram o fôlego e encerraram a última sessão da semana em campo positivo e com altas de mais de 17 pontos nas posições mais negociadas. O contrato janeiro/15 fechou o dia cotado a US$ 10,39 por bushel mas, no melhor momento da sessão, chegou nos US$ 10,40. O vencimento maio, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 10,51, mas a máxima foi de US$ 10,53.
Na semana, as cotações da oleaginosa passaram por consecutivais baixas e negócios bastante voláteis, caracterizando, segundo analistas, um mercado ainda bastante técnico. O mercado veio ampliando os ganhos desde o início da manhã, quando aparentava um pregão calmo e de oscilações pouco expressivas e dando continuidade às boas altas registradas na sessão anterior. Além disso, os investidores buscam se posicionar antes do início da próxima semana, a qual também deve ser de poucos negócios já que na quinta-feira (27) é feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, dia que costuma ser um marco no mercado internacional de grãos, já que marca a finalização da safra norte-americana.
"O mercado vem trabalhando com um intervalo muito firme entre suporte e resistência e esse é um jogo que os players, os fundos gostam. Chega perto da resistência, os preços realizam para baixo, chega perto do suporte, voltam a subir e isso já vem acontecendo há alguns dias. Outras informações - como neve nos EUA, dados sobre a economia da China, entre outras - o mercado usa para se fortalecer esse posicionamento. Mas o suporte e a resistência estão bem definidos, com a volatilidade atuando nesse intervalo, o que atrai o especulador", explica Ênio Fernandes, consultor de mercado.
Além disso, segundo explicam analistas, os investidores observam o momento da demanda. Nesta quinta-feira (20), com a divulgação do novo boletim semanal de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o total de vendas acumuladas na temporada 2014/15 de soja em grão chegou a 83% das 46,81 milhões de toneladas do total projetado para o ano comercial. Além disso, trouxe ainda um boas vendas semanais de farelo de soja, o que também motivou os ganhos. No início da semana, foram reportados ainda os embarques semanais de mais de 3 milhões de toneladas e o esmagamento de soja nos Estados Unidos em outubro bem acima das expectativas do mercado, números que ajudaram a compor o cenário de suporte para os preços.
Paralelamente, essa semana o USDA anunciou ainda três novas vendas de soja para destinos desconhecidos e a China, o que também trouxe uma nova força às cotações nos últimos dias, depois de baixas consecutivas registradas no mercado futuro americano. As operações totalizaram 351,152 mil toneladas.
Porém, as atenções do mercado também ainda estão bastante voltadas ao cenário de clima na América do Sul. O plantio no Brasil registrou um bom avanço nos últimos dias, mas ainda se mostra atrasado em relação às temporadas anteriores. E esse atraso - além da severa falta de chuvas regulares - já vem resultando em lavouras mal desenvolvidas e com seu potencial produtivo bastante ameaçado.
Institutos de meteorologia, no entanto, vêm indicando que, a partir da próxima semana, as regiões Sudeste e Centro-Oeste devem receber bons volumes de chuvas em importantes regiões produtoras e promover uma recuperação das plantações onde ainda há tempo. Em alguns locais, os acumulados podem passar de 100 mm.
Leia mais sobre a previsão climática:
>> Chuvas de mais de 100 mm devem beneficiar lavouras no Sudeste e Centro-Oeste na próxima semana
Economia Mundial
Para alguns analistas internacionais, não somente os preços da sojas, mas dos grãos de uma forma geral, também subiram nesta sexta-feira estimulados pelas expectativas de que os cortes nas taxas de juros globais possam estimular o crescimento econômico mundial e, consequentemente, a demanda por alimentos.
Uma media de ações globais avançou expressivamente com a China cortando, pela primeira vez desde julho de 2012, suas taxas de juros, ação que surpreendeu positivamente o mercado. E a nação asiática é, atualmente, a maior consumidora de oleaginosas do mundo. Além disso, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, anunciou, ainda nesta sexta, que irá reforçar os programas de estímulo à economia local.
Leia mais sobre as medidas anunciadas nesta sexta:
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A Semana e o Mercado Interno
Na semana, os preços da soja nos vencimentos janeiro e maio praticados na Bolsa de Chicago tiveram um resultado positivo, com altas de 0,29 e 0,19%, respectivamente. Por outro lado, o dólar acumulou uma baixa de mais de 3% na semana e, com isso, as cotações no mercado brasileiro registram um fechamento semanal negativo. As cotações recuaram tanto nos portos quanto no mercado disponível.
De acordo com um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas, a soja com entrega maio/15 fechou a semana no porto de Paranaguá valendo R$ 63,00, com baixa semanal de 0,79%, enquanto no terminal de Rio Grande a queda foi mais acentuada - de 1,54% - para R$ 63,50, contra R$ 65,00 do início da semana. Para o produto disponível no terminal gaúcho, recuo de 2,31% para R$ 64,00.
Ainda segundo Ênio Fernandes, apesar dessas baixas, o mercado ainda apresenta bons patamares de preços para o produtor que precise fixar algumas vendas. A orientação do consultor é de que o sojicultor aproveite os bons momentos e as boas médias de preços para vender aos poucos seu produto e garantir parte de sua renda. "Esse é um ano de alto risco para toda a economia mundial e há uma necessidade de proteger seu patrimônio. O produtor que ainda não vendeu ou que vendeu pouco, aproveite os bons momentos e fixe alguma coisa, para quem já vendeu mais de 35%, um pouco de calma não fará mal, devemos ter ainda boas oportunidades pela frente.
No interior do país, as cotações também fecharam a semana em queda e, entre as praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, as baixas mais expressivas foram registradas na região Centro-Oeste. Em São Gabriel do Oeste, MS, o preço caiu de 3,23% de R$ 62,00 para R$ 60,00 por saca. Em Mato Grosso, a queda foi de 3,45% em Tangará da Serra - de R$ 58,00 para R$ 56,00 - e de 3,51% em Campo Novo do Parecis - de R$ 57,00 para R$ 55,00. Em Não-Me-Toque, no RS, baixa de 1,71% para R$ 57,50. No Paraná, as perdas não chegaram a 1% e as cotações ainda na casa dos R$ 58,00 por saca.
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