Após semana agitada, mercado da soja em Chicago opera com estabilidade nesta 6ª

Publicado em 27/05/2016 07:42

Nesta última sessão da semana, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam com estabilidade. Os vencimentos mais negociados, por volta das 7h30 (horário de Brasília) subiam entre 1,50 e 3,25 pontos, recuperando parte das quedas registradas no pregão desta quinta-feira (26). O contrato julho, assim, valia US$ 10,81 e o novembro/16 vinha a US$ 10,53 por bushel.

O mercado internacional da oleaginosa registrou uma semana agitada, bateu em novas mínimas, renovou suas máximas e agora os traders parecem retomar o fôlego diante de fundamentos e fatores externos já conhecidos, além de se preparar para os próximos dias. A atenção, como explicam analistas, segue voltada para as condições de clima nos Estados Unidos, a demanda pelo grão e subprodutos norte-americanos, além da conclusão da safra na América do Sul e a influência do mercado financeiro. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Mercado realiza lucros após ganhos recentes e fecha 5ª feira em queda na CBOT

Após atingir os maiores patamares do ano, as cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quinta-feira (26) do lado negativo da tabela. Em uma sessão volátil, as principais posições da oleaginosa consolidaram as perdas e registraram quedas entre 3,75 e 5,75. O contrato julho/16 finalizou o dia a 10,79 por bushel, já o novembro/16 era cotado a US$ 10,50 por bushel. O vencimento maio/17 era negociado a 10,25 por bushel.

De acordo com informações das agências internacionais, o mercado passou por uma correção técnica frente aos ganhos registrados recentes. Além disso, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, ressalta que as cotações se aproximaram de um importante patamar de resistência, os US$ 11 bushel. "É uma barreira difícil, há muito tempo não conseguimos ultrapassar, pois quando chegamos entre US$ 10,80 por bushel a US$ 10,90 por bushel os investidores liquidam suas posições", pondera.

Contudo, as atenções dos investidores permanecem voltadas ao comportamento do clima nos Estados Unidos. Segundo os participantes do mercado, as previsões de chuvas mais pesadas para os próximos dias poderiam comprometer a evolução do plantio do grão no país. De acordo com a Labhoro Corretora, as previsões climáticas indicam que, no período de 28 de maio e 5 de junho o volume acumulado de chuvas deve aumentar de forma considerável, podendo variar entre 50 e 125 mm em importantes estados produtores.

Chuvas nos EUA nos próximos 7 dias - Fonte: NOAA

Até o último domingo, os produtores norte-americanos já haviam semeado 56% da área projetada para essa temporada. "Ainda estamos em linha com o observado no mesmo período do ano passado, mas precisamos considerar o que ainda virá pela frente. Se as chuvas se confirmarem, os agricultores americanos poderão plantar uma parte da safra fora da janela ideal, que termina na próxima semana. E o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já indicou uma safra menor para essa temporada, de pouco mais de 103 milhões de toneladas. Com a semeadura fora do período ideal aumenta-se o risco de termos uma produção ainda menor", ressalta Brandalizze.

Do mesmo modo, a demanda pelo farelo de soja permanece no radar dos investidores e tem sido um dos pilares de sustentação dos preços da soja. O consultor ainda destaca a demanda mundial por farelo de soja continua bastante aquecida em meio às perdas registradas na produção de trigo forrageiro. "Com isso, temos uma demanda maior do setor de rações para o farelo de soja", ratifica.

Paralelamente, as perdas na safra da Argentina também servem de suporte aos preços da commodity em Chicago. A perspectiva é que a quebra na safra do país supere os 8 milhões de toneladas devido às chuvas fortes, que alagaram muitas áreas. Consequentemente, a estimativa é que os produtores argentinos colham uma safra entre 52 milhões a 56,5 milhões de toneladas. A Argentina é o maior exportador global de farelo e óleo de soja. Porém, com a situação os embarques do país podem recuar até 25% este ano, de acordo com as estimativas dos analistas.

"E ainda temos previsões de chuvas para os próximos dias. Caso sejam confirmadas, poderemos ter mais perdas na safra de soja da Argentina", completa Brandalizze.

Vendas semanais

Ainda hoje, o departamento trouxe os novos números das vendas semanais. No caso da soja, os números ficaram em 606,8 mil toneladas na semana encerrada no dia 19 de maio. Cerca de 456,8 mil toneladas da safra 2015/16 e as 150 mil toneladas restantes da temporada 2016/17. As vendas da oleaginosa ficaram dentro das projeções dos investidores, entre 600 mil a 1 milhão de toneladas. No acumulado da temporada, as vendas de soja somam 49.042,4 milhões de toneladas.

Petróleo

Ao longo do dia, o petróleo Brent voltou a ser cotado acima do patamar de US$ 50 por barril. Segundo dados da agência Reuters, essa é a primeira vez em quase sete meses que as cotações ultrapassam o patamar. O movimento é decorrente da sinalização de abrandamento do excesso de oferta global que tem afetado o mercado há quase dois anos.

Mercado interno

Devido ao feriado de Corpus Christi, comemorado nesta quinta-feira, não houve negociação no mercado brasileiro. As negociações serão retomadas nesta sexta-feira (27). Ainda ontem, as cotações subiram quase 3% no Porto de Paranaguá e a saca disponível chegou a R$ 91,50. Cenário decorrente das valorizações observadas em Chicago e também no dólar.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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