Importações de soja da China em maio sobem 25% em 1 ano e passam de 7 mi de t

Publicado em 08/06/2016 16:25 e atualizado em 08/06/2016 17:11

A demanda mundial ainda muito intensa tem sido um dos mais importantes fatores de alta para os futuros da soja negociados nos mercados internacionais. Assim, mais uma vez as importações da oleaginosa pela China surpreenderam ao somar, em maio, 7,7 milhões de toneladas. De acordo com os últimos números reportados pela Adminitração Geral da Alfândega da nação asiática, o volume é 8,3% maior do que o registrado em abril e, em relação ao mesmo mês do ano passado, o incremento é de 25%. No acumulado de 2016, as compras chinesas já superam as de 2015 em 14,5%. 

Os gráficos a seguir são da consultoria Allendale e mostram a evolução e comportamento das importações de soja da China. O primeiro compara, mês a mês do ano comercial - de outubro a setembro - as safras 2013/14, 2014/15 e 2015/16. O segundo, por sua vez, indica as compras, na primeira situação, de outubro a maio e, na segunda, as perspectivas para o período de junho a setembro.  

Como explicam analistas, as margens de esmagamento na China estão positiva, bem como a de granjeiros locais, principalmente na produção de suínos, e esse cenário tem permitido uma evolução ainda mais significativa do consumo e, consequentemente, das importações. Além disso, as compras chinesas continuam crescendo mesmo diante do avanço forte dos preços. Na Bolsa de Chicago, até o início deste mês, os futuros da oleaginosa já acumulavam um ganho de mais de 30%. 

"A demanda interna (chinesa) está aquecida e as margens de lucratividade para os esmagadores, por conta do farelo e do óleo, estão bastante positivas. Então, a China, além de consumir internamente volumes crescentes, ela se tornou uma exportadora para os países vizinhos, abastecendo-os com farelo e óleo. O esmagamento na China tem um custo bem mais baixo do que na América do Sul e Estados Unidos, então continua sendo mais vantajoso levar o grão, esmagar na China e atender os mercados regionais", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Evolução das importações

Embora os dados sobre as importações de soja da nação asiática, bem como de outros itens da pauta de alimentação, vêm mostrando bons resultados mês a mês, os números gerais indicavam alguma desaceleração no ritmo. No entanto, em maio, o ritmo de baixa no último mês foi o menor em mais de 18 meses e, como explicam analistas internacionais, este pode ser um claro sinal de que a demanda chinesa está se recuperando em alguns setores e se fortalecendo ainda mais em outros. 

"A recuperação nos preços das commodities e mais a demanda interna resiliente estão direcionando uma recuperação no crescimento das importações", disse Julian Evans-Pritcharm, analista da Capital Economics em entrevista ao portal internacional Deutsche Welle.

Para o executivo, as importações gerais da China podem continuar evoluindo ao longo deste ano e, eventualmente, voltar a crescer de forma expressiva diante das últimas mudanças e ajustes nas políticas locais que podem vir a sustentar e estimular ainda mais a demanda interna. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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