EUA 2016/17: Atento ao clima, Michael Cordonnier reduz projeção para produtividade do milho da safra 2016/17

Publicado em 21/06/2016 15:47

A cada novo dia de desenvolvimento das lavouras, a nova safra de grãos dos Estados Unidos vem intensificando as especulações sobre a safra 2016/17. O ano é de La Niña e, embora a intensidade do fenômeno ainda não tenha sido definida, para o consultor internacional Michael Cordonnier, a tendência de tempo mais seco no sul e no leste do Corn Belt já começam a preocupar, bem como as previsões que indicam um tempo mais quente do que a média em períodos determinantes para as culturas da soja e do milho. 

Frente a isso, Cordonnier revisou para baixo suas estimativas de produtividade do cereal norte-americano em relação a seus números da semana anterior. A projeção, portanto, ficou em 174,62 sacas por hectare (ou 165 bushels por acre). O USDA (Departamento de de Agricultura dos Estados Unidos) espera um rendimento maior de 177,8 sacas/hectare. 

"Minha preocupação é de que algum milho sofra com o stress hídrico durante a polinização, quando a planta está definindo o tamanho da orelha. Uma vez que este tamanho está definido, ele não pode ficar maior, assim sendo, o stress durante a pré-polinização pode resultar em produtividades menores. Eu acredito que isso possa já estar ocorrendo em alguns locais com o leste do Kansas, norte do Missouri, sul de Iowa e oeste de Illinois, Indiana, Ohio e Michigan", diz o consultor. 

Em seu último reporte semanal de acompanhamento de safras reportado nesta segunda-feira (20), o USDA indicou que, até o último domingo (19), 75% das lavouras norte-americanas de milho se encontravam em boas ou excelentes condições, mesmo número da semana anterior e acima do registrado no ano passado, nesse mesmo período, de 71%.

Atualmente, porém, as regiões sul e leste do Corn Belt indicam índices de 30% a 50% de umidade do solo, ou baixa ou muito baixa, ainda de acordo com números apurados por Michael Cordonnier. E são nessas áreas em que as temperaturas estão elevadas e poderiam reduzir ainda mais os índices. 

Enquanto isso, para a soja as preocupações, por ora, são menores, segundo o consultor e, por isso, sua projeção para o rendimento das lavouras norte-americanas ficou estável em 52,95 sacas por hectare (ou 46,7 bushels por acre). O número, no caso da oleaginosa, é o mesmo estimado pelo USDA. Apesar disso, afirma ainda que, daqui em diante, pode haver uma viés mais baixista para suas expectativas. 

"Uma das minhas preocupações com a soja se dá com algumas das áreas com as condições de tempo mais quente e seco são áreas onde os produtores deverão plantar soja double crop. E se essas condições persistirem, poderá haver problemas de germinação e a garantia de um stand bem estabelecido. Já há reportes de soja plantada mais tarde em partes do Sul do Corn Belt em áreas onde o solo está mais seco, esperando pela umidade", explica Cordonnier. 

No relatório semanal do departamento norte-americano, o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições caiu um ponto percentual para ficar em 73%, contra 65% do ano passado, nessa mesma época. O plantio da soja nos EUA está concluído em 96% da área e supera a média dos últimos cinco anos, de 93%, e o 89% registrados no mesmo período de 2015. O USDA informa ainda que 89% das plantações da oleaginosa já emergiram, contra 81% do ano passado e 84% de média plurianual.  

Cordonnier traz ainda suas estimativas para as áreas plantada e colhida com soja nos EUA, as quais divergem ligeiramente do USDA. Para o milho, a projeção para a área plantada é de 37,43 milhões de hectares e colhida, de 34,32 milhões. Já o departamento americano acredita em, respectivamente, 37,88 milhões e 34,76 milhões de hectares. Sobre a soja, o consultor fala em 33,39 milhões de hectares plantados e 33,83 milhões colhidos. Enquanto isso, o USDA traz 33,27 milhões e 32,94 milhões de hectares. 

No próximo dia 30 de junho, o departamento agrícola norte-americano atualiza seus números de área em um novo reporte para a safra 2016/17. 

Com informações do site internacional Pro Farmer

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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