Soja: Mercado ameniza perdas em Chicago nesta 2ª feira e preços sobem nos portos do Brasil

Publicado em 18/07/2016 13:12

Na sessão desta segunda-feira (18), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago seguem atuando com volatilidade e, após baixas de mais de 10 pontos registradas mais cedo, no início da tarde, os principais contratos da oleaginosa cediam entre 3,25 e 7,50 pontos. Dessa forma, o vencimento agosto ia a US$ 10,65, enquanto o novembro/16 era negociado a US$ 10,53 por bushel.

O foco principal do mercado de grãos na Bolsa de Chicago continua sendo o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos e as condições climáticas no Corn Belt, nesse que é um período determinante para as culturas da soja e do milho no país. "Essa é uma semana de clima crucial para as safras americanas", diz Bryce Knorr, analista de mercado do portal internacional Farm Futures. 

Segundo explicam analistas internacionais, as boas condições de clima para o desenvolvimento da temporada 2015/16 dos Estados Unidos seguem atuando como forte fator de pressão sobre as cotações, fazendo os preços testarem suportes mais baixos, próximos dos US$ 10,40 por bushel, principalmente nas posições mais distantes. 

Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza, em seu boletim semanal de acompanhamento de safras - às 17h (Brasília) - as condições das lavouras norte-americanas e os números, bem como as especulações antes de sua divulgação, também podem mexer com o mercado. ãos do país, que também podem influenciar o direcionamento. 

E ainda segundo Knorr, uma mudança nos padrões de clima para o início de agosto registrada nas últimas previsões climáticas indicam que as temperaturas poderiam se mostrar mais amenas, porém, ainda elevadas, e as chuvas seguem abaixo da média. "Essa mudança motivou a venda de posições de mais cedo, as quais favoreceram as baixas mais fortes", explica. 

USDA - Embarques Semanais

Além disso, o boletim reportado neste início de tarde de segunda-feira pelo USDA indicaram que os embarques semanais de soja dos EUA ficaram dentro das expectativas do mercado e ligeiramente abaixo do registrado na semana anterior. 

Na semana encerrada em 14 de julho, os embarques norte-americanos da oleaginosa somaram 367,380 mil toneladas, contra 379,084 mil da semana anterior. As expectativas dos traders variavam entre 240 mil e 380 mil toneladas. Já foram embarcadas pelos norte-americanos 45.202,306 milhões de toneladas neste ano safra, contra 48.563,621 milhões do anterior.

Mercado Brasileiro

No Brasil, ao lado de Chicago negativo, os preços sentiam ainda uma nova pressão vinda do dólar. A moeda norte-americana iniciou o dia em campo positivo, porém, voltou a recuar e, perto das 13h10 (Brasília), perdia 0,09%, para ser negociado a R$ 3,251. 

"A tendência geral do dia é de queda (do dólar), tanto aqui quanto lá fora. Essas altas que vimos ao longo da sessão são só ajustes pequenos, pontuais", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado à agência de notícias Reuters.

Ainda assim, os preços da soja brasileira seguiam avançando nos principais portos de exportação. O auxílio para as cotações vinha, mais uma vez, dos prêmios fortes que vêm sendo praticados, próximos dos US$ 2,00 por bushel sobre os preços praticados em Chicago. 

Dessa forma, a soja disponível no terminal de Rio Grande subia 3,53% para R$ 88,00 por saca, enquanto no mercado futuro tinha alta de 2,16% para R$ 85,00. Já em Paranaguá, os mesmos R$ 85,00 para a oleaginosa com embarque no ano que vem, subindo 0,59%, mas estabilidade nos R$ 89,00 para o produto disponível. 

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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