Plantio avança no Brasil, na média 11%. Paraná está mais acelerado. Nos demais Estados o temor é com o veranico

Publicado em 08/10/2016 09:34
Plantio de soja já cobre 27% da área prevista no Estado do Paraná; Mato Grosso, 29%; Rio Grande do Sul, 3º maior produtor, teme adversidade climática; MS, com temor do veranico, apenas 6%. CONAB: Primeira estimativa da safra 2016/17 prevê produção recorde

Conab: Primeira estimativa da safra 2016/17 prevê produção recorde

A produção brasileira de grãos na safra 2016/17, em fase inicial de plantio, deve ficar entre 210,5 milhões e 214,8 milhões de toneladas. O resultado corresponde a um aumento entre 13% a 15,3% em comparação com a safra anterior 2015/16, que foi de 178,7 milhões de t. Os números fazem parte do primeiro levantamento de intenção de plantio da safra 2016/17, divulgado hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O presidente da Conab, Marcelo Bezerra, afirmou que a previsão, se confirmada, vai superar as perdas da safra 2015/2016. A produção atingiu 186,3 milhões de toneladas na safra anterior, por causa de problemas decorrentes do clima - em especial, com o fenômeno do El Niño. Se forem confirmados os 214,8 milhões de toneladas para a safra atual, a produção será recorde, de acordo com a Conab.

A soja, principal cultura de verão, deve registrar crescimento entre 6,7% e 9,0%, para 101,9 milhões a 104 milhões de t. A primeira safra de milho deverá ter produção superior à anterior, após três anos consecutivos de queda. A Conab projeta produção de 26,3 milhões a 27,7 milhões de t do cereal, correspondendo a um aumento de 1,6% a 7,3% ante 2015/16.

Já a safra de arroz, que foi prejudicada pelo clima chuvoso no Rio Grande do Sul (principal Estado produtor) no ano passado, deve alcançar entre 11,6 milhões e 12 milhões de t (aumento de 9% a 13,5%).

A primeira safra de feijão, cultura considerada vilã da inflação, por causa da redução da oferta, deve aumentar entre 11,9% e 18,7%, para entre 1,16 milhão e 1,23 milhão de t.

A Conab estima, ainda, a safra de algodão em pluma entre 1,41 milhão e 1,48 milhão de t, o que representa elevação de 9,3% a 15,1% em comparação com a safra 2015/16.

A área plantada na safra 2016/17 deve ficar entre 58,5 milhões e 59,7 milhões de hectares. O crescimento previsto poderá ser de até 2,3% se comparada com a safra 2015/16, que foi de 58,3 milhões de hectares. Com exceção do algodão, todas as demais culturas de primeira safra tiveram incremento de área plantada, informa a Conab. 

Clima. O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto, afirmou que o clima apresenta um prognóstico positivo. "Está tudo normal", afirmou. A safra anterior, de 2015/2016, foi impactada pelo clima, em especial pelo fenômeno do El Niño, que prejudicou culturas importantes, como a do arroz, feijão e milho. Desta vez, a Conab espera que o clima não seja uma dificuldade. 

Oliveira Neto destacou, ainda, que o crédito rural, na atual safra, foi disponibilizado dentro do prazo correto, o que ajudou os produtores. Além disso, os preços ao produtor, atualmente, cobrem os custos de produção. "Há rentabilidade em todas as culturas", disse. 

Ao avaliar as culturas, Oliveira Neto citou a redução de área de algodão na Bahia, mas lembrou que o principal produtor, Mato Grosso, apresentará manutenção de área ou mesmo um incremento. No caso do arroz, conforme o superintendente, há crescimento de produção na Bahia, o que pode ser atribuído à abertura de novas áreas. 

Oliveira Neto destacou ainda os números do feijão, considerados "muito bons", e o incremento de áreas na produção de milho na região Sul. "O quadro de oferta e de demanda nos dá tranquilidade para o ano", destacou o superintendente.  

Oliveira Neto citou ainda o desempenho das culturas de inverno. Segundo ele, aveia, canola, centeio e cevada "estão de vento em popa", com destaque para o Rio Grande do Sul. "Estamos prevendo maior safra de trigo para os próximos anos. No trigo, há áreas novas, como em Goiás. E vamos incluir aveia em Minas Gerais no ano que vem", afirmou. 

A soja, principal cultura de verão, deve registrar crescimento entre 6,7% e 9,0%, para 101,9 milhões a 104 milhões de t. A primeira safra de milho deverá ter produção superior à anterior, após três anos consecutivos de queda. A Conab projeta produção de 26,3 milhões a 27,7 milhões de t do cereal, correspondendo a um aumento de 1,6% a 7,3% ante 2015/16.

Já a safra de arroz, que foi prejudicada pelo clima chuvoso no Rio Grande do Sul (principal Estado produtor) no ano passado, deve alcançar entre 11,6 milhões e 12 milhões de t (aumento de 9% a 13,5%).

A primeira safra de feijão, cultura considerada vilã da inflação, por causa da redução da oferta, deve aumentar entre 11,9% e 18,7%, para entre 1,16 milhão e 1,23 milhão de t.

A Conab estima, ainda, a safra de algodão em pluma entre 1,41 milhão e 1,48 milhão de t, o que representa elevação de 9,3% a 15,1% em comparação com a safra 2015/16.

A área plantada na safra 2016/17 deve ficar entre 58,5 milhões e 59,7 milhões de hectares. O crescimento previsto poderá ser de até 2,3% se comparada com a safra 2015/16, que foi de 58,3 milhões de hectares. Com exceção do algodão, todas as demais culturas de primeira safra tiveram incremento de área plantada, informa a Conab. 

Clima. O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto, afirmou que o clima apresenta um prognóstico positivo. "Está tudo normal", afirmou. A safra anterior, de 2015/2016, foi impactada pelo clima, em especial pelo fenômeno do El Niño, que prejudicou culturas importantes, como a do arroz, feijão e milho. Desta vez, a Conab espera que o clima não seja uma dificuldade. 

Oliveira Neto destacou, ainda, que o crédito rural, na atual safra, foi disponibilizado dentro do prazo correto, o que ajudou os produtores. Além disso, os preços ao produtor, atualmente, cobrem os custos de produção. "Há rentabilidade em todas as culturas", disse. 

Ao avaliar as culturas, Oliveira Neto citou a redução de área de algodão na Bahia, mas lembrou que o principal produtor, Mato Grosso, apresentará manutenção de área ou mesmo um incremento. No caso do arroz, conforme o superintendente, há crescimento de produção na Bahia, o que pode ser atribuído à abertura de novas áreas. 

Oliveira Neto destacou ainda os números do feijão, considerados "muito bons", e o incremento de áreas na produção de milho na região Sul. "O quadro de oferta e de demanda nos dá tranquilidade para o ano", destacou o superintendente.  

Oliveira Neto citou ainda o desempenho das culturas de inverno. Segundo ele, aveia, canola, centeio e cevada "estão de vento em popa", com destaque para o Rio Grande do Sul. "Estamos prevendo maior safra de trigo para os próximos anos. No trigo, há áreas novas, como em Goiás. E vamos incluir aveia em Minas Gerais no ano que vem", afirmou. 

ESTADÃO: No Paraná, produtores seguem em ritmo mais acelerado

No Sul do País, produtores também estão atentos ao clima. No Paraná, segundo maior produtor de soja do Brasil, o plantio atinge 27% da área, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Estado, beneficiado pelas condições climáticas desde meados de setembro. Produtores têm optado cada vez mais por sementes de ciclo precoce, plantadas logo nas primeiras semanas. “A antecipação do plantio de soja está relacionada à necessidade de colher logo, para em seguida semear o milho. A ideia é fugir do risco de geadas em abril e maio”, diz o economista do Deral Marcelo Garrido.

Para ele, é a chuva que vai ditar a evolução do plantio de agora em diante. “Não creio que a variação de preços neste momento afetará de forma expressiva a área de soja e milho no verão. Produtor já está com trabalhos avançados e a compra de insumos definida para a primeira safra.” A área prevista pelo Deral para a soja é de 5,245 milhões de hectares no Paraná, 1% inferior à registrada no ciclo anterior. A produção esperada é de 18,308 milhões de toneladas, 11% mais ante 2015/2016, graças à perspectiva de aumento de 12% na produtividade, para 3.491 quilos/hectare.

Coopavel. No oeste do Paraná, região que tradicionalmente dá a partida para o plantio da oleaginosa no Estado, produtores estão em ritmo bastante acelerado. Na Coopavel, cooperativa com forte atuação na região, o plantio foi concluído em 80% da área prevista. “Nos primeiros dias de outubro, tivemos um índice de chuva de 20 a 70 mm na região. Foi bom para a germinação”, disse o diretor presidente da cooperativa, Dilvo Grolli. “Os agricultores estão muito bem equipados e o plantio ocorre de forma bastante rápida. Em 20 dias, tivemos avanços extraordinários.”

No Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de soja do País, o plantio ainda nem começou, mas o setor está atento à perspectiva de um La Niña fraco ou neutralidade climática, já que ambos os casos podem se traduzir em períodos de seca prolongados no verão no Sul. “Produtores vão fazer uma semeadura vagarosa, com cuidado para não errar. A climatologia está prometendo que, para nós, ficará um pouco mais difícil. Mas, se a soja for bem plantada, com bom respaldo, acredito em boa produção”, assinalou o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Décio Teixeira.

Ele ressalta que o cuidado também é maior porque alguns produtores tiveram problemas com excesso de chuvas no Estado no ano passado, especialmente na Fronteira e na região das Missões. Assim como em Mato Grosso, este ano muitos tiveram dificuldade de acesso a crédito. “A falta de um seguro agrícola adequado tem se tornado um problema.”

A Emater projeta que a área de soja no Rio Grande do Sul avance pouco, 0,9%, para 5,5 milhões de hectares, cedendo espaço para o milho no verão. A produção, porém, deve ser 2,11% menor, em função da expectativa de um menor volume de chuvas. Assim, a colheita pode alcançar 15,85 milhões de toneladas. 

FOLHA: Plantio de soja avança e atinge 11% da área a ser semeada

Por MAURO ZAFALLON,  coluna Vaievem das Commodities

O plantio de soja da safra 2016/17 atingiu 11%, em média, no Brasil, conforme dados apurados pela AgRural, de Curitiba, até quinta-feira (6).

É no Paraná onde as máquinas estão com ritmo mais acelerado. Os produtores do Estado já semearam 29% da área a ser utilizada com a oleaginosa.

Mato Grosso também acelera o plantio, com 19% da área já plantada. No ano passado, devido às dificuldades climáticas, as máquinas haviam avançado em apenas 5% da área do Estado.

Mato Grosso do Sul, outro Estado importante na produção da oleaginosa, não tem a mesma sorte de Paraná e Mato Grosso. Devido à seca em algumas regiões de Mato Grosso do Sul, os produtores semearam apenas 6% da área.

A AgRural prevê uma área de 33,5 milhões de hectares com soja no país, com aumento anual de 0,8%. A produção potencial é calculada em 101 milhões de toneladas, com alta de 5%.

Os dados divulgados na quinta-feira (6) pela Conab indicam que o país deverá semear até 34,2 milhões de hectares com soja. Essa área poderá render até 104 milhões de toneladas.

*

Carne nos EUA O Brasil começa a enviar carne "in natura" para o mercado norte-americano. No mês passado, as exportações brasileiras somaram 127 toneladas, no valor de US$ 501 mil. O valor médio foi de US$ 3.960 por tonelada, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Preços melhores O preço médio do açúcar deverá ficar em US$ 0,215 por libra-peso no próximo ano, uma alta de 7,5% em relação ao que se previa. Já os do café sobem para US$ 1,5 por libra-peso, com evolução de 7%.

Deficit Os dados são do Índice de Commodities do Itaú, cujos analistas projetam deficit global de açúcar em 10 milhões de toneladas na safra 2015/16. Em 2016/17, serão 4 milhões de toneladas.

Risco Índia e Tailândia poderão ser, no entanto, um elemento de risco para esses números, principalmente se a produção recuar ainda mais do que está prevista.

Para baixo Os preços dos produtos agropecuários praticados no mercado atacadista recuaram 1,56% em setembro, conforme dados apurados pelo IGP-DI. Em 12 meses, a alta acumulada é de 21,6%.

Etanol O etanol hidratado foi negociado em R$ 1,7604 por litro no período de 3 a 7 deste mês, com aumento de 1,8% em relação ao da semana anterior. Os dados são do Cepea, que aponta, ainda, alta de 1,8% para o anidro: R$ 1,9690 por litro.

Nos postos Na cidade de São Paulo, o preço médio do etanol hidratado foi a R$ 2,412 nos postos, conforme pesquisa semanal da Folha. Houve alta de 3% na semana. 

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Fonte:
Conab / Estadão / Folha

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