Mercado da soja sem emoção e com pouca perspectiva de alta para os preços em Chicago

Publicado em 27/02/2017 17:04 e atualizado em 27/02/2017 17:44
Leia abaixo: China já está abastecida. E a oferta coloca peso sobre a demanda (por AGResource Brasil)

A segunda-feira (27) foi marcada pelo início das liquidações do contrato Março para soja na Bolsa de Chicago (CBOT)  com volume de vendas relativamente altos. As cotações trabalharam dos dois lados da tabela, mas prevaleceu o tom negativo das últimas sessões.  O vencimento Março encerrou a US$10,11/bushel com queda de 2,5 pts. Maio recuou 2,25 pts e encerrou cotado a US$ 10,22/bushel e o contrato Julho perdeu 2,25 pts com negócios a US$ 10,31/bushel .

De acordo com Matheus Pereira, Analista da AgResource, as exportações lentas nos EUA, confirmando tendência já registrada na semana anterior e a colheita acelerada na América do Sul deram tom negativo aos preços da oleagionosa em Chicago. 

Pereira lembra que os fundamentos devem seguir pesando sobre as cotações da soja em Chicago, com oferta na América do Sul se consolidando em 165 milhões de toneladas. "Os fundamentos agora pesam sobre o mercado e não tem motivos para cotações permanecerem nos atuais patamares", reforça o analista. 

No mercado interno os preços da soja encerraram a última sexta-feira(24)  com queda de 7,35% no interior do Brasil e acumularam uma nova semana bastante negativa para o produtor brasileiro. As principais referências perderam de R$ 1,00 a até a R$ 5,00 por saca na maior parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas e, portanto, afastando ainda mais os sojicultores das vendas. 

Com o feriado de Carnaval, a tendência é que possíveis novos negócios só ocorram a partir da quinta-feira (02), isso se o produtor tiver algum incentivo, seja por parte de uma reação mais robusta de preços em Chicago ou pela movimentação dos prêmios. O dólar, outro ponto importante do tripé de fatores que influenciam os preços, deve manter trajetória negativa, segundo economistas. Correções técnicas no mercado de câmbio não serão suficientes para mudar patamar de preços da soja e consequentemente negócios devem seguir travados no Brasil. 

Os últimos preços registrados não remuneram o produtor em boa parte do país - em Campo Novo do Parecis/MT - a R$ 69,00 - como é o caso de Ponta Grossa/PR. Nos portos, no balanço semanal, as perdas foram de até 4,05% - ou R$ 3,00 por saca - e os indicativos estão cada vez mais próximos dos R$ 70,00.

No terminal de Rio Grande, R$ 72,20 no disponível e R$ 74,00 por saca no mercado futuro. Já em Paranaguá, as referência para ambos os casos foi a R$ 71,00. Em Santos, R$ 71,90 e no porto de Imbituba, R$ 72,00 como último preço. 

China já está abastecida. E a oferta coloca peso sobre a demanda (AGResource Brasil)

Nesta última semana a China se mostrou lenta nas compras da soja brasileira.

Os chineses veem suas margens de esmagamento da soja sendo reduzidas com a queda do preço do farelo no merca- do físico do país.

Muitas compras de soja foram realizadas pela China durante o fim de 2016. Preocupações com a desvalorização do Yuan (¥) colocou os importadores asiáticos para adiantar compras em dezembro.

A AgResource Brasil estima que atualmente a China já cobriu 90% de sua necessidade de compras para importação de soja para março, e 65% para abril. O que significa que novas compras (contratuais) para março e abril deverão serem sucintas.

Entretanto lembramos que as exportações da soja física brasileira continuam aquecidas e que durante fevereiro os brasileiros exportaram quase 6,5 MTs (baseado na fila de navios nos portos brasileiros). |

Baseado nos relatórios de produtividade do Brasil, o Mercado já espera uma safra entre 107-109 MTs.

A enorme oferta de soja mundial coloca o peso sobre a demanda, apertando os preços.

 

 

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Fonte:
Notícias Agrícolas + AGResources

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