Soja perde até 4% no Brasil e porto de Paranaguá fecha semana com R$ 67,50 por saca

Publicado em 24/03/2017 18:11

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a semana com perdas acumuladas de mais de 2% e perdendo, somente na sessão desta sexta-feira (24) mais de 15 pontos entre as posições mais negociadas. O contrato maio/17, o mais negociado neste momento e a referência para os negócios com a safra do Brasil, encerrou o pregão com US$ 9,75 por bushel. 

Em uma liquidação de posições, os fundos - que estavam comprados em mais de 100 mil contratos - foram às vendas e reduziram sensivelmente sua participação no mercado nesta semana frente às informações, principalmente, referente à oferta. "Ao longo do dia, o mercado chegou a perder os US$ 9,75, mas voltou, porque os fundos não queriam o mercado abaixo disso já que, na sequência, ele iria buscar os US$ 9,50", explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa. 

Ainda segundo o executivo, as notícias que reforçam o potencial da safra da América do Sul estão no centro das atenções. O Brasil pode colher até mais do que 110 milhões de toneladas - dado os atuais índices de produtividade que vêm sendo reportados nos principais estados produtores - e na Argentina, serão mais de 56 milhões de toneladas.    

Também pressionando as cotações em Chicago, os estoques norte-americanos de soja são, aproximadamente, 50% maiores do que os do ano anterior e também entram na conta dos traders. Além disso, os números dos estoques trimestrais do país - na posição de 1º de março - serão atualizados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no próximo dia 31 de março e a espera por esses dados ajuda a pressionar a commodity. 

Nova safra dos EUA

A semana para o mercado da soja na Bolsa de Chicago foi marcada ainda pelas especulações cada vez maiores, mais intensas e mais próximas para a nova safra dos Estados Unidos. No mesmo dia 31, chega o reporte de intenção de plantio com a possibilidade de trazer um aumento expressivo da área a ser cultivada com soja. 

"Há uma expectativa generalizada de que a área de soja aumente entre 4 e 6 milhões de acres, e a de milho reduza entre 3 e 4 milhões (...) Mas ainda é cedo, temos as questões climáticas, esse plantio vai se aquecer em maio. Mas, esse relatório deverá jogar mais uma ducha fria em termos de expectativa de preços", diz Sousa. 

Enquanto isso, e diante da falta de notícias que possam motivar novas altas para os preços ou ao menos parar as baixas na CBOT, a tendência de baixa para os preços se mantém. "Mas, se tivermos um problema climático nos EUA, os preços se tornam voláteis, os fundos refazendo suas posições, os comerciais comprando para se proteger", acredita o diretor da Labhoro. 

No Brasil

A formação dos preços da soja no Brasil, nesta semana, sentiram mais o impacto das baixas em Chicago do que do dólar, efetivamente. A moeda americana, afinal, voltou aos já familiares R$ 3,10 e acumulou uma alta de 0,24%, segundo informou a agência de notícias Reuters. Ainda assim, as perdas observadas entre as principais praças de comercialização do interior e os portos do Brasil ficaram entre 0,58% e 4,46%, segundo levantamento feito pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. 

As referências nos principais estados produtores já se distanciam dos R$ 60,00 por saca em diversas regiões e em Sorriso e Rondonópolis, por exemplo, as cotações fecharam com R$ 53,50 e R$ 52,00 por saca, respectivamente. No terminal de Paranaguá, R$ 67,50 tanto no disponível quanto no mercado futuro, enquanto em Rio Grande eram R$ 68,00 e R$ 68,60, nesta ordem, sendo o último indicativo com referência para a junho. 

Com os negócios ainda parados, a notícia boa para o produtor brasileiro nesta semana foi de que, nos últimos dias, houve uma proximidade entre os prêmios praticados no Golfo dos EUA e nos portos brasileiros, o que acabou por ampliar a competitividade da soja nacional, dando espaço para o potencial dos embarques esperados para março. 

"O Brasil está embarcando bem, os portos estão fluindo bem, creio que neste mês de março o Brasil vai embarcar recorde. Mas, perdemos tempo em fevereiro, com problemas logísticos e os chineses comprando lá (nos EUA). Assim, mais tranquilos, os chineses agora vão comprar na América do Sul, onde os preços são mais competitivos, compatíveis com seus custos e não há mais razão para comprar nos EUA até a chegada da nova safra (americana)", diz Ginaldo Sousa. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário